
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
MANIFESTO EM DEFESA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO RELIGIOSA

quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Uma resposta a dois amigos: religião e política, novamente!
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Por Gaspar de Souza
1. Tendo passado o primeiro turno das eleições, ficou-se a nítida impressão de que o Brasil ainda não quer ficar todo vermelho. Milhares de brasileiros mandaram seus recados aos institutos de pesquisas, estes “seres olímpicos”, cuja sapiência hérmica interpreta para os mortais as intenções de votos do “povo”, esse ente metafísico.
2. Dois amigos meus, cristãos e líderes, um formado em História e outro em Filosofia, vez por outra travam embates políticos comigo (ou eu com eles, claro). Mas, o que me irrita mesmo é o senso de “neutralidade historiográfica” ou, como o amigo filósofo escreveu, que deveríamos fazer política “de forma imparcial”, esquecendo que já optam por uma forma ou outra de parcialidade conceitual. Os dois incorrem em erro básico e deveriam estar cientes deste erro: todo posicionamento acerca de qualquer outra área do saber existe numa relação hermenêutica sujeito-objeto mediada por uma pré-compreensão daquilo que se deseja interpretar. Num tom mais heideggeriano “a interpretação sempre se funda numa visão prévia, que ‘recorta’ o que foi assumido na posição prévia, segundo uma possibilidade determinada de interpretação”(Ser e Tempo, § 32). Isto também se aplica à História. O amigo historiador, doutrinado na dialética matério-hegeliano-marxista de eventos tipo causa-e-efeito, esquece-se de que suas concepções acerca da história estão arraigadas num background filosófico e, em última instância, epistêmico-metafísico. Diz o professor Murray G. Murphey (Truth and History, 2009, p. 4, 5):
A maioria dos historiadores considera as interpretações alternativas dos dados simplesmente como um fato da vida. Esta convicção assenta-se no fato de que o corpo de dados sobre qualquer questão histórica é limitada e que, ao contrário das ciências naturais, os historiadores não podem expandir sua base de dados à vontade. Dado todo o corpo, dados finitos fixos, é sempre possível inventar teorias alternativas que podem explicar aqueles dados. Mas isso não significa que essas teorias alternativas sejam igualmente boas para explicar os novos dados à medida que são descobertos.
Em outras palavras, meu amigo historiador escolherá os dados mais ajustáveis às suas pressuposições, podendo inventar teorias que, possivelmente, pudessem explicar seus “fatos”. Enfim, quando meus amigos pedem para que sejamos “parciais” ou procuram analisar a história como observadores neutros, já se tornaram parciais e subjetivistas. Não há campo neutro, não há dados neutros, não há história completa e não há política que não possua fundamento religioso, seja a favor de Deus ou contra Deus. Aos pontos apresentados por meus amigos, quando falam em nome da laicidade do estado, optam por um estado anti-religioso, visto ser impossível um estado a-religioso. Meus amigos contribuem maciçamente para a dicotomia público-privado.
3. Um deles diz que nem a esquerda entende os evangélicos, nem os evangélicos entendem a esquerda. Estes seriam ignorantes porque “vêem a questão social pela ótica da guerra fria e entendem temas como família apenas pelo viés moral”. Aqueles vêem estes apenas por “questões materiais”. Esperar-se-ia que a ‘esquerda’ fosse avaliada, mas, para surpresa, apenas os evangélicos e seus fundamentos teóricos acerca da família serão questionado. Para o articulista, os temas morais que os evangélicos debatem, além de reducionistas, estão longe do verdadeiro problema: moradia, trabalho, emprego, educação etc. Claro que estes temas “tocam à (sic) organização e estruturação da família”. Porém, como cristão calvinista, o articulista deveria olhar estes temas à luz da cosmovisão cristã. A menos que o nobre historiador não acredite que esta disciplina tenha algo a dizer.
4. O nobre escritor (e me espantou que o meu amigo filósofo usou o mesmo argumento da estrutura econômica para defender o PT e ser contra os evangélicos) deveria lembrar que ambos os temas estão associados e que, como na época do Rei Uzias, que reinou durante 55 anos em Israel, Judá muito prosperou (Cf. 2Cro 26. 1 – 15), mas veio a se orgulhar por tudo isso (2Cr 26. 16ss); esquecem-se do Rei Jeroboão II (825 e 784 a.C.), filho de Joás, e que se tornou o maior líder de Israel, Reino do Norte, governando por 41 anos. O Reino do Norte alcançou a “Idade de Ouro”(cf. II Rs 14. 23 – 29). Havia paz entre as nações e enriquecimento das pessoas. As relações internacionais estavam indo de vento em popa. As pessoas estavam prosperando economicamente; o comércio prosperava (Am. 8.5); a classe média expandia-se (Am. 4. 1 – 3), casas luxuosas estavam sendo construídas (Am. 3.15; 5.11; 6. 4, 11); os ricos estavam tranqüilos (Am. 6. 1 – 6). Esta época do Profeta Amós (séc. VIII a.C) ficou conhecida como “a época áurea de Israel e de Judá”. Mas havia um caos político, Moral e Religioso. Isto não estava patente ao povo dos Reinos do Norte (Israel) e do Sul (Judá), visto que era um período de prosperidade sem precedente. Porém, a despeito disso tudo, Israel e Judá estavam em terríveis pecados. Os pobres eram privados em seus direitos básicos (Am. 2. 6, 7 [liberdade – escravidão]; 5.7, 10 – 13[altos impostos]; 6. 12 [corrupção da justiça]; 8. 4 – 6 [opressão]); os endividados eram aceitos como escravos (2.6; 8.6. Cf Lv 25. 39; Dt 24. 12, 13); a imoralidade era a regra (Am. 2. 7). Ainda assim, a Religião e a Política econômica estavam em pleno desenvolvimento e atividade (Am. 4.4; 5.5; 8.3, 10). Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência.
5. Desta análise, conclui-se que os temas listados pelos interlocutores (moradia, trabalho, emprego, educação etc) e a melhoria de “muitos miseráveis” (palavras do amigo filósofo), não passam apenas pelo viés político-econômico; antes passam, sim, na base, no fundamento, da ética – se quiserem aprofundar a questão, podemos falar que a ética é reflexo de uma concepção epistemológica – sendo assim, devendo o Cristão protestar não apenas contra o aborto, união civil do mesmo sexo, contra prostituição etc, mas principalmente pelo fundamento deontológico dos políticos, quando estes oferecem moradia, trabalho, emprego, educação etc. às custas de valores éticos mais importantes. Portanto, a “discussão de temas” deve ser avaliada à luz do que pensam os políticos em termos morais, sim. E são os temas morais que destroem muito mais, como atesta o Livro do Profeta Amós (a menos que meus interlocutores não consideram a revelação naquele livro, claro).
6. Agora, isto me leva ao segundo ponto que meus interlocutores apresentam. Primeiramente, o meu amigo filósofo afirma que os “líderes evangélicos” deixem de ser “tutor de suas ovelhas”. Nada mais destoado da teologia calvinista do que isso. Ora, de acordo com o Apóstolo Paulo, o magistrado “é ministro de Deus”(Rm 13.1 – 4), tanto quanto um pastor é ministro da Palavra. A diferença entre os dois é o “poder da espada” (linguagem da Confissão de Fé de Westminster – cap. 23, § i) quem ambos trazem. No primeiro, o poder da espada é temporal, usada para “castigo dos malfeitores e incentivo e benefício dos bons” e tudo isso visando a “glória de Deus e para o bem público” (idem). Este não pode tomar sobre si a “administração da palavra, dos sacramentos ou o poder das chaves do Reino do Céu, nem de modo algum intervir em matéria de fé; contudo, como pais solícitos, devem proteger a Igreja do nosso comum Senhor, sem dar preferência a qualquer denominação cristã sobre as outras, para que todos os eclesiásticos sem distinção gozem plena, livre e indisputada liberdade de cumprir todas as partes das suas sagradas funções, sem violência ou perigo. Como Jesus Cristo constituiu em sua Igreja um governo regular e uma disciplina, nenhuma lei de qualquer Estado deve proibir, impedir ou embaraçar o seu devido exercício entre os membros voluntários de qualquer denominação cristã, segundo a profissão e crença de cada uma”(CFW, cap. 23, § iii).
Neste ponto, já esta citação seria suficiente para que o meu amigo historiador percebe-se que, pelo menos entre os calvinistas, não há “algum grau de dificuldade na relação com o estado laico”. As palavras da CFW são um primor da democracia. O problema é que o estado atual, eivado de materialismo-histórico-gramsciano, quer colocar a igreja sob sua tutela separando as coisas em “isto é política, não religião”, isolando a religião do debate político. Então, ao invés de termos um estado laico, temos um estado anti-religioso. Tratam de temas da ética, da moral e da religião religiosamente implícito na política. Nas palavras de Kuyper: “Nenhum esquema político jamais se tornou dominante a menos que tenha sido fundado numa concepção religiosa específica ou numa concepção anti-religiosa”.
7. Já os “ministros da Palavra” têm o poder eclesiástico da espada, sendo o “governo da igreja” diferente da magistratura civil. Ainda citando a CFW (cap. 30, § ii), a estes foram entregues “as chaves do Reino do Céu. Em virtude disso eles têm respectivamente o poder de reter ou remitir pecados; fechar esse reino a impenitentes, tanto pela palavra como pelas censuras; abri-lo aos pecadores penitentes, pelo ministério do Evangelho e pela absolvição das censuras, quando as circunstâncias o exigirem”.
8. O que isto tem a ver com o fato dos pastores e padres alertarem suas ovelhas a não escolherem certos candidatos ao governo? Ora, estes futuros ministros serão pastores da Nação, e se o pastor eclesiástico, quando “vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa as ovelhas”, não passará de um mercenário, visto não ter “cuidado das ovelhas” (Cf. Jo 10. 12, 13). A igreja, como instituição e organização é apartidária. Ela não tem um candidato, um partido, uma ideologia política, uma bandeira governamental etc. O púlpito não é lugar para promover candidato, mas para afirmar e orientar o rebanho não apenas sobre o reino dos Céus, mas sobre o Reino de César.
9. Não exercendo este ministério holisticamente, podemos negligenciar a dádiva divina de um governo democrático como representantes sérios e vocacionados. Nas palavras de Calvino, citadas em Abraham Kuyper: “E vós, Ó povos, a quem Deus deu a liberdade de escolher seus próprios magistrados, cuidem-se de não se privarem deste favor, elegendo para a posição de mais alta honra, patifes e inimigos de Deus.” (2002, p. 91).
10. Fica claro que são os nobres colegas que estão distantes dos pensamentos biblíco-reformado-calvinista. Os pastores e padres devem, sim, orientar e alerta suas ovelhas acerca dos lobos que estão em todos os partidos. Não, há, caro filósofo, “partido perfeito”, nem o PSDB é o “partido de Deus”, mas os partidos mais republicano (se houver algum, claro. Cf. em Is 33.22 os “três poderes” da República) representam melhor os valores do Reino de Deus (e não estou falando de oração, sacramento, pregação etc. Estou falando de ação social, liberdades individuais, liberdade da imprensa, liberdade de expressão, autonomia da família, da igreja, propriedade, terra, economia, educação, saúde, promover meios para ascensão social etc.). Portanto, caro filósofo, parafraseando o Cristo digo: “acautelai-vos dos falsos políticos e dos políticos falsos”(Cf. Mt 7.15).
11. A discussão, então, deixa de ser pela polarização “esquerda-direita”, “guerra fria e militares” para ser guerra ideológica, trantando a política pela via positiva, ou seja, a mensagem cristã tem implicações públicas e sociais. O que temos visto, no entanto, é uma hegemonia no pensamento secularista, que cria uma hegemonia ideológica que até mesmo os protestantes aceitam. Leiam esta citação do teórico político Antonio Gramsci:
O moderno Príncipe [NA. O Partido da Classe Operária], desenvolvendo-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais e morais, uma vez que seu desenvolvimento significa (...) que todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio moderno Príncipe (...). O Príncipe toma o lugar, nas consciências, da divindade ou do imperativo categórico, torna-se a base de um laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a vida e de todas as relações de costume (apud AZEVEDO, 2007. Grifos meus)
12. Lendo isto, nota-se como o PT possui esta estratégia e, meus amigos, reproduziram esta ideologia e não a perceberam. Agora, quem não está entendendo a relação igreja-estado, prezadíssimo historiador? É o que dá ser doutrinado nas Academias como se seus mestres fossem o poço da isenção ideológica. Pobres almas!
13. Não há, queridos irmãos, na ótica bíblico-calvinista, separação da “ordem privada” do “campo de ação do comportamento público”. O texto que se segue, do filósofo Criss Gousmett, nos dá conta desta falácia de “ordem privada” e “ordem pública” aceita pelos amigos, especialmente pelo historiador. O texto é longo, mas vale a pena.
Tudo que fazemos é religioso, uma vez que tudo o que fazemos resulta da nossa condição de criaturas: o fato de que Deus nos criou para um propósito específico, para cuidar e desenvolver o mundo que ele fez. E, porque estamos arraigados na dependência de Deus para nossa existência, a nossa relação mais fundamental na vida é religiosa, que governa e modela todas as coisas que fazemos, e desta raiz surgem nossas cosmovisões. Porque tudo que fazemos é moldado por nossa obediência ou rebelião contra Deus e Seu Pacto, a religião está arraigada na vida humana e todas as coisas que fazemos têm um caráter religioso. Não existe maneira de podermos manter a ideia de um mundo secular (ou seja, um mundo afastado de Deus), exceto sob a ilusão do pecado. Assim, nossas cosmovisões, nossa teologia, nossa filosofia [nossa visão da história, da política etc – NT) são formadas por nossa religião, isto é, o compromisso total do coração para o que conhecemos como Deus. Como vivemos o nosso compromisso de nosso coração em tudo o que fazemos, esta religião molda todas as coisas em que estivermos engajados: teologia, filosofia, políticas, educação, economia etc. Todas as áreas vida se encaixam porque tudo está enraizada em nossa vida religiosa. Para o Marxista somos basicamente seres econômicos; para o Freudiano somos basicamente seres reprimidos sexualmente; para o Cristão somos basicamente seres religiosos. A característica mais fundamental de tudo é a religião, isto é, a relação que temos com o que o quer que seja que chamemos de deus. Nossa cosmovisão é a expressão deste compromisso religiosos, formando a maneira pela qual nós realmente vivemos nossas vidas e, portanto, como fazemos filosofia e teologia (ou política, ou história etc – NT) e como podemos expressar a nossa religião.(GOUSMETT, 1996, p. 20, 21)
14. Enfim, no discurso escrito dos meus amigos, percebo a ingenuidade de acreditar que o problema é apenas acerca do aborto ou outras questões morais. A crítica que um deles faz a candidata Marina – percebe-se nele a “esquerda raivosa”, para usar uma frase dele acerca da “direita raivosa” – é pueril. Não considera o aspecto do todo, atribuindo a Marina, a quem chama de “Al Gore tupiniquim” – embora em outra ocasião, mais antiga, a chamou de “uma pessoa extraordinária” e uma “mulher incrível” – a culpa de não entender os evangélicos por culpa da conversão tardia e da filiação denominacional da candidata. Esqueceu-se ele dos muitos elogios, da foto com a candidata e do “evento que foi excelente” e da “aula impagável”, cuja “história pessoal dá-lhe a todo momento a legitimidade necessária a seu discurso”? Já sei! Acabou-se o sonho de “um convite para construção de novas utopias”.
15. Caro amigos, não incorram no erro de acreditar que os temas da ética não devam ser tratados. Os Cristãos querem mais, e fazem isto de modo tácito. Embora eu não concorde com o reducionismo ético, como se os problemas para os cristãos fossem apenas o aborto e os gays, meu conselho tem sido que irmos à raiz do problema: o que o PT acredita em sua ideologia, em seu pensamento fundamental que governa cada área da vida, não apenas as sociais e ambientais.
Se a vida é verdadeiramente entendida como religião, isto é, serviço a Deus em amor e obediência [ou rebelião – NT] como uma responsabilidade da criatura humana em uma situação histórica particular, então é impossível fundamentar, em categorias incontestáveis mutuamente exclusivas, a adoração e a política. [...] A autêntica adoração cristã terá significado político concreto. (Albert F. GEDRAITIS, 1972, p. 9)
16. Não me parece, caros amigos, que os cristãos desejam transformar este país numa “teocracia”(vide filósofo), nem mesmo que os pastores estejam manipulando “de forma tão grosseira”. O “caldo de cultura conservadora entre muitas lideranças” cultivam, sim, não um “sentimento anti-petista radical”(ao amigo historiador, até parece-me que você cultiva “um sentimento anti-peesedebista radical”. Viu como é fácil gerar ad hominem?), mas um senso de preocupação com questões mais nítidas (talvez seja miopia gospel) como as que vieram à pauta. Eles entendem que o que está em jogo são as questões das liberdades individuais. Sendo assim, caros amigos, preocupa-nos muito mais as questões de cunho moral, pois não haverá emprego se não houver crianças nascendo, crescendo e a geração atual envelhecer; para quem serão as universidades se a dizimação da vida e o impedimento de criar filhos e famílias fortes forem implantados? Não haverá redução de pobreza enquanto pensar-se no velho discurso de “divisão de classe”, querendo resolvê-la pelo confronto hegeliano a fim de gerar uma síntese estatal absoluta sobre ambos. Se a mortandade aumentar o extermínio e a relativização e depredação dos valores judaico-cristãos, que moral haverá para criarem-se empregos e famílias, se valerá tudo para satisfazer a natureza egoística deste ser humano caído? Aliás, prestem atenção como o Francis Schaeffer (2003, p. 13) alerta para os perigos do enfraquecimento dos valores morais, falando como a moral da Grécia e de Roma contribuiu para queda destes impérios. Ele diz que o problema fundamental está naquilo eles pensavam acerca de seus deuses.
mas seus deuses não eram grandes o bastante, porque eram finitos, limitados. Mesmo todos os deuses juntos não eram infinitos. Na verdade, os deuses do pensamento grego e romano eram muito semelhantes a homens e mulheres acima do comum, mas não essencialmente diferentes dos homens e mulheres humanos [...] Os deuses eram uma espécie de humanidade ampliada, não divindades. Como os gregos, os romanos não tinham um deus infinito. Assim sendo, eles não tinham nenhum ponto de referência suficiente, do ponto de vista intelectual; isto é, eles não tinham nada que fosse suficientemente grande ou suficientemente permanente a que pudessem prender o seu pensamento, ou a sua vida. Conseqüentemente, o seu sistema de valores não era suficientemente forte para fazê-los suportar os desafios da vida, tanto individual quanto política.
Lembra o que eu disse mais acima? É a religião de novo. E na base ideológica do PT (e de qualquer outro, como é o caso), o que se encontra é um ídolo. Por isso que suas propostas são mais radicais e eles não toleram os cristãos que não se embevecem com estas propostas. Novamente, faço minhas as palavras de Schaeffer, quando comenta o motivo dos cristãos terem sido perseguidos por Roma (idem, p. 17): “nenhuma autoridade totalitária ou Estado autoritário pode tolerar os que têm um referencial absoluto, de acordo com o qual avaliam aquele Estado e suas ações”. Aquelas coisas, portanto, terão a ver com a família, quando estas questões forem tratadas, entenderam?
17. Queridos, parem de ver as coisas de maneira fragmentada. Procurem ver o que há sob a superfície. Tratemos das questões sociais, mas não pensem que os pressupostos do PT, muito mais do que em outros partidos, são compatíveis com o Cristianismo. Ambos possuem deuses diferentes. Suas cosmovisões são mutuamente excludentes e opostas e os resultados de ambos também produzem resultados opostos nas áreas sociológicas, governamentais e, especificamente, legais (MANIFESTO HUMANISTA). Por isso não é problema para o Sr. Presidente quebrar TODAS as leis eleitorais; falar em ética, mas mentir acerca de tudo; de discursar para “eliminar” a oposição, como se já vivêssemos numa petecracia; de quebrar toda liturgia que o cargo lhe confere; de se referir aos adversários políticos como “esse sujeito” ou “esse cidadão”; de mudar a verdade em mentira e transformar a mentira num método. Para ele não há referenciais absolutos, a não ser o Partido, para quem todos os meios são válidos (mentiras, campanhas difamatórias como já estão ocorrendo no Recife, dizendo que Serra vai acabara a “bolsa família”, vai privatizar TODO bem público etc).
18. Não mais me estenderei sobre os textos dos amigos. Acredito que já foi, para mim, o suficiente para perceber que vocês estão eivados de pressupostos contrários à fé reformada; em termos políticos, claro. Ambos são engodados pela falácia “público-privado”; um está com a cabeça cheia do historicismo-materialista, e tão impregnado como a distinção acima, que nem percebe que tomou o nome de Deus em vão por diversas vezes, misturando os dois campos (é o que Van Til chama de “tensão entre o racional e o irracional”). O outro não observou que escolher entre um não-cristão experiente e um cristão não-experiente, confundindo a doutrina da vocação geral dos homens (a graça comum), acredita que os TODOS os pastores estão ensinando aos crentes a votarem em crentes; e que, ao orientar aos “líderes evangélicos” a não manipularem suas ovelhas, acaba incorrendo no mesmo erro, visto tentar eles mesmo manipular os manipuladores.
Termino citando Kuyper novamente (idem, p. 91. grifos meus):
Posso adicionar que a escolha popular é bem sucedida, naturalmente, onde nenhum outro governo existe, ou onde o governo existente se enfraquece. Onde quer que novos Estados tem sido instituídos, exceto pela conquista ou pela força, o primeiro governo [NA – a democracia] sempre tem sido instituído pela escolha popular; e assim também onde a mais alta autoridade tem caído em desordem, quer pelo desejo de uma fixação do direito de sucessão, quer através de revolução violenta, sempre tem sido o povo que, através de seus representantes, reivindicou o direito de restaurá-lo. Mas com igual resolução, Calvino afirma que Deus tem o poder soberano no modo de administração de sua providência, para tirar de um povo esta condição mais desejável, ou nunca concedê-la absolutamente quando uma nação é inapta para ele, ou, por seu pecado tem sido completamente privada da bênção.
Em Jesus Cristo, que está acima de César,
Gaspar de SouzaFonte: Eis nosso tempo!
sábado, 9 de outubro de 2010
A CANDIDATA VENTRÍLOQUA

domingo, 12 de setembro de 2010
Brasília ou Lulília?

Não tenho assistido ao horário político, por preguiça e por estar cansado das mesmas lorotas, da empulhação que se tornou regra entre os candidatos. Serra, ao meu ver, perdeu a chance de derrotar a máquina governamental petista, quando não atacou francamente o presidente Lula, revelando os oito anos de (des) governo, em que o Estado foi aparelhado para estar permanentemente a serviço do PT, não do país.
Por muito menos, uma reforma na Casa da Dinda e um Fiat Elba à época, Fernando Collor foi cassado, com o aval do próprio PT e de Lula. Depois do Mensalão, das denúncias comprovadas pela CPI e pelo dep. Roberto Jefferson; depois de uma rede de corrupções que vai até o Palácio do Planalto, nada foi feito. Uma oposição medrosa, serviçal e omissa tem permitido que o crime organizado se institucionalize desavergonhadamente no Governo Federal. Interessante que o próprio Fernando Collor é um dos atuais aliados de Lula e Dilma. Interessante...
Lula tem dado mostras do que veio e porque veio. Não quer largar o osso e conta com a complacência suicida da oposição, que nem mesmo sabe o que fazer, muito menos como fazer. No fundo, o Brasil é um país em que mudam-se as legendas, mas os políticos são os mesmos, marxistas em maior ou menor grau, mas sempre marxistas; seja ativa ou passivamente em atitudes truculentas, imorais, desprezíveis e malignas como as de Lula e, provavelmente, Dilma (o "frankestein" criado pelo "cientista louco e megalômano"), ou pela omissão, pelo medo, pela falta de vergonha e pela imoralidade daqueles que se aliam (ainda que intelectualmente) com o perversão petista, diga-se, comunista.
Em breve, seremos a reedição do país de Hugo Chaves; que imita o seu mentor Fidel Castro; o qual, por sua vez, seguiu os passos de Lénin, Stálin, Mao... Lula não vê a hora de estar nesse "seleto" grupo de ditadores e assassinos, talvez a tempo de mudar o nome de Brasília para Lulília. Mas, deixa prá lá! Para que Lula iria querer uma cidade se pode ter um país? Pensando bem, por que não o mundo?
Transcrevo a seguir o texto do Reinaldo Azevedo. É um alerta para um país sem oposição; e que perdeu completamente a vergonha... o pudor.
Fernando Isidoro
Transcrevo a seguir o texto do Reinaldo Azevedo. É um alerta para um país sem oposição; e que perdeu completamente a vergonha... o pudor.
CHEGOU A HORA DE A CAMPANHA DA OPOSIÇÃO ENTRAR NO “MODO DA RESISTÊNCIA INSTITUCIONAL”. É PRECISO CHAMAR LULA ÀS FALAS!
Por ReinaldoAzevedo
A gravidade das violações de sigilo na Receita Federal subiu estupidamente de patamar depois da fala de ontem de Lula, no Rio Grande do Sul. Ela pede uma reação enérgica da oposição — e não cabe nem mesmo o cálculo se uma resposta à altura dá ou tira votos. Estou convencido, sem prejuízo de o tucano José Serra continuar a apresentar suas propostas, de que a campanha da oposição entra no que eu chamaria “Modo de Resistência Institucional”. Ontem, Lula usou a sua popularidade para pedir carta branca à sociedade para fazer o que bem entende. É preciso dizer com todas as letras: ONTEM, LULA REIVINDICOU O DIREITO DE DAR UM GOLPE DE ESTADO, tendo, circunstancialmente, as urnas como arma.
Se alguma dúvida havia sobre o compromisso de Lula com a democracia, ela se desfez ontem. Não tem compromisso nenhum! Está evidenciado que ele a usa como arma tática e que a escalada petista supõe a desconstrução do estado de direito conforme nós o conhecemos. É a Constituição da República Federativa do Brasil que está sendo fraudada com as invasões de sigilo. Um órgão do Estado, a Receita Federal, converteu-se, como tem deixado claro o notável trabalho de reportagem do Estadão, em instrumento de luta de um partido político. E tudo caminha para que mais esse crime reste impune.
Sim, agora é preciso entrar no MODO DE RESISTÊNCIA INSTITUCIONAL. E o próprio presidente Lula — pouco importa se sua popularidade atingiu 8795%, segundo a última medição Vox Diaboli — tem de ser chamado às falas. Ele passou de todos os limites. Ontem, comentando a questão da invasão de sigilos — e ele estava numa solenidade em que falava como presidente! — afirmou que “Serra precisa saber que eleição a gente ganha convencendo os eleitores a votar na gente, não tentando convencer a Justiça Eleitoral a impugnar a adversária”. Para Lula, “isso já aconteceu em outros tempos, na ditadura militar.” E recomendou: “Na democracia, o senhor Serra que vá para rua, que melhore a qualidade de seu programa [de TV]“. Lula classificou ainda o episódio — a violação da Constituição — de “futrica menor”.
O sr. Lula precisa saber que, na democracia, “a gente convence o eleitor a votar na gente” segundo regras — todas aquelas que o PT tem desrespeitado sistematicamente. Na democracia, a gente “vai para a rua” não para pisotear as leis, mas para pedir a sua efetiva aplicação. Método típico de uma ditadura é fraudar o sigilo fiscal e bancário de adversários. Método típico de uma ditadura é organizar bunkers de bandidos para produzir dossiês. Método típico de uma ditadura é querer criar constrangimentos morais para que as pessoas exerçam o direito, também ele constitucional, de recorrer à Justiça. Método típico de ditadura é considerar a violação da Constituição mera “futrica”.
Toda essa baixeza merece uma resposta à altura das instituições que ela fere. Não estou entre aqueles, mesmo!, que consideram que a eleição já está decidida e coisa e tal. Já disse os motivos e não vou repisá-los. Mas acho que essa questão, agora, ficou menor. Outro valor mais alto se alevanta. Se o custo de a oposição dizer o que tem de ser dito — QUE O PRESIDENTE LULA, NA PRÁTICA, PROTEGE CRIMINOSOS AO DAR DECLARAÇÕES COMO A DE ONTEM — for perder votos, que assim seja. Com quantos a democracia e o estado de direito, VIVIDOS NA PRÁTICA, podem contar? Pois que a causa siga com estes bons. Bento 16 afirmou certa feita, não com estas palavras, mas o sentido era este, que a Igreja se fortalece recuperando a dimensão de sua fé, não condescendendo com valores que lhe são estranhos; a sua permanência está nos valores de sua doutrina, ainda que isso lhe custe perder os fiéis… infiéis. Exato!
As lideranças do país que deploram a contínua violação da Constituição, das leis e do decoro têm apenas um caminho: voltar ao livro-texto da democracia e do estado de direito e repudiar, sem meias-palavras, o discurso irresponsável de Lula. Sua popularidade não lhe dá o direito de jogar a Carta que nos rege — ou deveria nos reger — no lixo. O regime democrático não se define apenas pela realização das eleições. Elas são um dos instrumentos do exercício da soberania popular. O sufrágio universal não elege ditadores, mas procuradores do estado de direito.
Indignidade A reação tem de ser dura, severa, clara. E saiba a oposição: enfrentará, à diferença de outros tempos, a maledicência até de setores da própria imprensa, que passaram a chamar a Justiça de “tapetão”, em mais um claro sintoma da degradação de valores que está em curso. Trata-se de uma óbvia indignidade. A maioria que o PT teria hoje nas urnas, segundo esse raciocínio, permitiria, então, a esses majoritários fraudar as próprias leis que legitimam o pleito que disputam. As instituições existem justamente para que os homens se sucedam no poder sem que as balizas que nos orientam sejam derrubadas. Esse já foi um dia um norte da imprensa brasileira, quase sem exceções. Hoje, os áulicos e candidatos a tanto contaminam o ambiente com sua tese da maximização da vontade popular: se o governante tem a maioria, então faz o que bem entende — e isso inclui esmagar a minoria. Ora, tão importante na democracia quanto o governo da maioria é o respeito à minoria que lhe dá legitimidade. Mas será mesmo isso o que quer o PT?
Hora de perceber a gravidade da questão e de ter uma reação correspondente — nem que seja, reitero, para mobilizar os poucos e bons. Assim me expresso apenas para encarecer o momento já que, de fato, são milhões os brasileiros que não estão dispostos a ceder a Lula e ao PT os seus direitos constitucionais. Fossem apenas os 300 de Esparta, então se deveria lutar com eles. Mas há muito mais gente do que isso pronta para resistir.
CHEGOU A HORA DE A CAMPANHA DA OPOSIÇÃO ENTRAR NO “MODO DA RESISTÊNCIA INSTITUCIONAL”. É PRECISO CHAMAR LULA ÀS FALAS. TALVEZ ISSO CUSTE AINDA MAIS VOTOS. PARA O VALOR QUE SE QUER E QUE SE TEM DE PRESERVAR, ELES NÃO FAZEM FALTA.
Perder a eleição é do jogo. Não dá é para perder a vergonha!
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
ÉTICA DO INTELECTUAL BRASILEIRO OU: COMO TORNAR-SE UMA PESSOA MARAVILHOSA
Por Olavo de Carvalho
Mas não pensem que se trata de um modelo rígido, de um conjunto de fórmulas prontas que qualquer um possa ir copiando sem a menor criatividade. O que importa é aqui menos a adesão expressa a uma tábua de mandamentos conhecida, como o "politicamente correto" dos americanos, do que um tom, um jeito, um estilo sutil pelo qual a intelectualidade reconhece seus membros típicos e os distingue dos indesejáveis, penetras, bicões e caretas de toda sorte. Ao ler os preceitos que se seguem, trate de ir além da letra e captar, como se diz, o espírito da coisa.
O tom certo é queixoso, de modo geral, contra a sociedade e contra a realidade, mas não pode cair no negativismo completo e deve permanecer soft o bastante para poder fazer coro com as campanhas da ética e da cidadania, que requerem um certo otimismo — aquele otimismo capaz de levar as várias classes a se congraçarem para promover fraternalmente a luta de classes. Você não deve falar mal de ninguém, exceto daqueles que a imprensa reservou especialmente para esse fim: Collor, Maluf, Quércia, Ricardo Fiúza, os empreiteiros.1
As demais pessoas famosas devem ser sempre mencionadas como portadoras de qualidades excelsas, de preferência mediante o uso das expressões "pessoa maravilhosa", "um ser humano muito especial", etc. De maneira nominal e individualizada, tais expressões aplicam-se a figuras do show business dos negócios ou da vida cultural, principalmente aquelas que você nunca viu mais gordas mas das quais todo mundo diz essas coisas. De maneira impessoal e coletiva, e a uma higiênica distância em caso de mau cheiro, aplicam-se aos pobres e às vítimas, categoria que compreende os meninos de rua, os sem-terra, os índios, os garotos e garotas de programa, os líderes do Comando Vermelho, as mulheres em geral e sobretudo aquelas que estão doidinhas para abortar, os cantores negros que vendem cinco milhões de discos, os gays e lésbicas, o Betinho, o candidato presidencial Luís Inácio Lula da Silva e alguns bicheiros cuja origem popular conta mais do que seus saldos bancários; excluem-se dela, porém, aqueles pentelhos que querem tomar conta do nosso carro e, de modo geral, os pedintes (os letrados sempre foram contra dar esmolas na rua; antes, porque atrasava a revolução; agora, porque acham um acinte esses sujeitinhos apelarem à caridade individual e apolítica dos transeuntes, boicotando a campanha do Betinho)2.
1 Parreira foi excluído desta categoria, in extremis, pela intervenção miraculosa de Roberto Baggio na cobrança do derradeiro pênalti.
2 A ojeriza dos intelectuais à caridade extra-oficial parece ter contaminado a opinião pública em geral: uma pesquisa da TV Globo, transmitida no Fantástico em novembro de 1995, indicou que 91% dos habitantes do Rio e de São Paulo são contra o hábito de dar esmolas. Longe de mim supor que toda essa gente cristianíssima prefira apenas conservar o dinheiro no próprio bolso. As razões que fundam sua atitude devem ser de alta moralidade e profunda sociologia. O único risco a que esses cristãos se expõem e que no Juízo Final o Cristo lhes diga: “Tive fome e mandastes-me ao Betinho. Betinho sei quem é, mas a vós não conheço."
Se por acaso você está na frente de uma câmera de TV, não há limites para o emprego da expressão "pessoa maravilhosa": mas se lhe ocorre usá-la com relação a alguém que nunca foi chamado assim, faça isso logo, antes que o próximo entrevistado o faça.
2. Se entrar numa disputa verbal, exponha suas crenças com forte convicção, mas não caia na esparrela de tentar provar que são verdadeiras. Caso você não o consiga, será considerado um chato e prolixo. Caso consiga, será odiado como um intolerante e dono da verdade. Sobretudo não use argumentos lógicos de espécie alguma, porque são considerados autoritários e repressivos. Experimente alguma coisa mais liberal e progressista, como levantar a voz, fazer caretas e dar pulinhos como José Celso Martinez Correia ou fazer chantagem emocional, que são considerados meios legítimos e democráticos de persuasão. Caso falhem, recorra à programação neurolingüística, à hipnose ou a alguma outra forma de manipulação subliminar, que são todas bem aceitas pela comunidade educada como instrumentos adequados para fomentar a autenticidade nas relações humanas. Qualquer que seja o caso, repita várias vezes, durante performance o mote: "Não há verdades absolutas", e verá que esta idéia deixa as pessoas muito felizes e aliviadas, mesmo porque elas se sentiriam arrasadas caso topassem com alguma verdade que se recusasse a mudar conforme os seus desejos.
Se tiver encantos físicos, use-os abundantemente em defesa de suas teorias: eles são um dos mais fortes argumentos entre as pessoas cultas. Se não conseguir persuadir ninguém, pelo menos adquirirá uma fama de sedutor palavra que, embora designe um crime previsto no Código Penal (Art. 217), se tornou, talvez por isto mesmo, um dos mais altos elogios que se pode fazer a alguém nos círculos intelectuais.
3. Quaisquer idéias conservadoras ou que tenham a fama de sê-lo devem ser sempre tratadas como preconceitos, por mais conceptualmente elaboradas que sejam — de modo que a palavra preconceito deixe de designar de modo genérico qualquer julgamento proferido por hábito irrefletido e passe a rotular determinadas idéias em particular, isto é, aquelas que não são muito apreciadas nesse ambiente seleto. Se você aprender a usar direitinho a palavra preconceito logo as pessoas passarão a concordar automaticamente com tudo o que você disser, pois têm horror a preconceitos.
3. Identifique logo a minoria discriminada a que pertence — pois todo mundo pertence a alguma — e exiba-a como um cartão de ingresso: ela dá direito a ser bem recebido neste círculo. Não venha com essa de que não tem nenhuma. Se você não é preto, nem gay, nem judeu, nem baixinho, nem gordo, nem índio, deve pelo menos ter peru pequeno. Não precisa sair contando isso para todo mundo; diga apenas que pertence à categoria dos fisicamente prejudicados termo recém-desembarcado que impõe o maior respeito.
4. Qualquer que seja a posição social e a origem das riquezas do falante, ele deve dar a impressão de que teria tudo a ganhar e nada a perder com uma revolução comunista. O socialite, pois que os há de montão entre os intelectuais, deve sempre deixar crer que está mais solidário com os sem-terra do que com os seus colegas de diretoria do banco.
5. Quando se trate de manifestações culturais, elas devem expressar, sobretudo, essa gama de sentimentos coletivos, e nada dizer ao público com que ele já não esteja disposto a concordar de antemão. Mas é importante dar a essa pasta homogênea de opiniões concordantes um status de heresia, de desvio, de marginalismo original e não-conformista, para que os ouvintes e espectadores possam todos sentir-se heréticos também, já que a coisa que mais faz um sujeito se sentir solitário e abandonado hoje em dia é ver-se fora da categoria dos excluídos.
6. Em matéria de sexo, deve-se falar a mesma coisa que todo mundo, mas dando sempre a impressão de ser o primeiro a faze-lo, de estar rompendo as regras estabelecidas e desafiando com incalculável ousadia a ira do convencionalismo repressor. Se tiver de admitir que é heterossexual, faça-o com discrição. Se mencionar a Aids, que seja num tom de vaga revolta contra o establishment. Caso sinta firmeza, diga algumas palavras contra o Papa, que não deixou nossas mães nos abortarem, o safado.
7. Se alguém lhe perguntar sua religião, opte por uma destas:
• Duendes.
• Nenhuma.
• Afro.
• New Age (importada ou nacional).
• Lair Ribeiro.
• Satanismo light.
Não caia jamais na besteira de dizer que é católico, exceto se tiver fama de comunista, pois aí essa opção extravagante será bem acolhida por todos como saudável manifestação de hipocrisia. Muito do prestígio do Lula provém de as pessoas acharem que ele só é católico por conveniência.
8. Quando puxarem a conversa para o lado literário e citarem alguma obra que você não conhece, afirme resolutamente que ela rompe com as convenções do gênero. Você agradará a todos e não terá a menor possibilidade de errar, pois há meio século não se publica no Brasil uma obra que não rompa novamente com alguma convenção literária do tempo de Walter Scott.
9. No visual, você deve passar uma impressão de saúde, bem-estar e riqueza dignos de uma autêntica pessoa maravilhosa ao mesmo tempo que em palavras sugere ser uma vítima de um mundo mau e sem sentido, onde um Deus maligno nos abandonou sem outro socorro além das camisinhas e da campanha do Betinho.
10. Se lhe perguntarem de economia e política diga uma destas três coisas, ou, melhor ainda, todas elas:
• "Sou contra a privatização, mas isto não quer dizer que seja a favor da estatização."
• “O socialismo faliu e a solução para o Brasil é o PT”.
• “O importante é que o movimento da massa não termine em pizza”.
Extraído do livro "O Imbecil Coletivo 1", de Olavo de Carvalho
[Texto recebido por email]
MEU COMENTÁRIO:
Sem comentários. Texto excelente! Que mostra o estado de degradação e involução do homem, ao desprezar a lógica, o raciocínio e intelecto que Deus nos deu. De maneira geral, estamos abandonados à lobotomia esquerdista, que torna os homens em acéfalos, e suas vidas, em um poço putrefado e fétido, onde moral e ética não passam de detalhes, de um exercício baixo para se esmerar em ser o pior que se pode ser.
Se há buracos com fundos, esse não tem fundo. Nem se é possível sobreviver a ele mantendo-se a dignidade e algum senso de esperança. Pois a esperança encontra-se apenas em rejeitar essas proposições, e não permitir que elas vinguem.
sábado, 24 de julho de 2010
PT e suas ligações imorais com o crime organizado
É de estarrecer como o Brasil se sujeitou e ainda se sujeita à escória, os marxistas, que se dizendo a favor da igualdade e da justiça apoiam descaradamente criminosos que sequestram, matam, violentam, e arregimentam crianças, obrigando-as a lutar e morrer por sua causa nefasta.
"Intelectuais" como Emir Sader, Frei Beto, Leonardo Boff, Ariosvaldo Ramos, Robinson Cavalcanti, Chico Buarque, Roberto Da Mata, e tantos outros, proclamam-se a favor da "paz", mas estão comprometidos verdadeiramente com o assassínio, com a crueldade, com a tortura, com a humilhação, com a desgraça humana, enquanto saboreiam seus whiskes e canapés assistindo a um filme do Godard; são testemunhas do sangue a escorrer por becos e vielas das favelas, assim como pelas avenidas e boulevares da zona sul brasileira; crimes cometidos pelos traficantes, parceiros "comerciais" da Farc e de outros grupos terroristas espalhados pela A.L.
Por trás deles, os Castros, Evo Morales, Hugo Chaves, Lula e o PT.
O sangue está a escorre por suas mãos, e querem mais, muito mais.
Para esses "canalhas", moral não existe. Ética, é uma piada sem graça. Para eles o que vale é o poder a todo custo, mesmo que para isso tenham de mentir, expropiar e matar o que resta da alma, fazendo do homem um número escrito a lápis no papel. Se não se apagar o número, rasga-se a folha.
terça-feira, 13 de julho de 2010
O Desarmamento e a Segurança dos Bandidos

Vivemos em um país em que muitas vezes os valores se invertem e, nessa espécie de guerra urbana e social contra a violência diária, contra a marginalidade que cresce assustadoramente, contra a criminalidade que aumenta gradativamente a todo tempo em todo lugar, comprova-se que o Estado protetor mostra-se ineficiente para debelar tão afligente problemática e por isso teima em produzir programas emergentes que surgem e insurgem sem atingir os seus reais objetivos. Um deles, pelo menos até agora, ao invés de proteger a sociedade deu maior segurança aos bandidos, ou seja, inverteu os seus valores.
O projeto desarmamento estudado e executado pelo Governo Federal desde 2003, contra a vontade popular, demonstra ser no âmago do seu curso uma ação derrotada e inócua que age infrutuosamente na tentativa de reduzir a criminalidade no país e deixa cada vez mais a população órfã de proteção.
Enquanto a população brasileira foi literalmente desarmada por conta do Estatuto do Desarmamento, a bandidagem está cada vez mais armada. Enquanto foi tolhido o direito do cidadão de se defender do bandido com a proibição de sequer possuir uma arma de fogo em sua própria casa sem passar por extrema burocracia, o bandido por sua vez, facilmente consegue armas até mesmo com alto poder de fogo, para se defender da Polícia, atacar o povo e ferir a ordem do país.
É fato presente que o chamado crime organizado, pernicioso organismo que alimenta o tráfico de drogas, criminosos perigosos e contumazes, quadrilhas de assaltantes, consegue transitar e abastecer a marginalidade com armamento privativo das forças armadas, tais como: Metralhadoras, fuzis, bazucas, morteiros, granadas, ou mesmo outras mais usadas a exemplo das escopetas, pistolas e revolveres. Essas armas provindas de diversas nacionalidades ingressam pelas nossas gigantescas e mal guarnecidas fronteiras e chegam às mãos dos bandidos de maneira inexplicável.
Retirar as armas de fogo das pessoas de bem foi muito fácil, pois essas pessoas, não sendo marginais, logo cumpriram a Lei e depuseram suas armas com a esperança de que a violência fosse realmente estancada, contudo ainda não foi, muito pelo contrário, aumentou substancialmente, pois o desafio da Polícia em desarmar os bandidos parece ser intransponível. Quanto mais se prendem os marginais armados mais armas aparecem em poder de outros e até dos mesmos quando são postos em liberdade pela Justiça.
Os fatos violentos e corriqueiros ocorridos nos quatro cantos do país demonstram que os discursos e as noticias desarmamentistas para justificar o suposto sucesso do plano e iludir o povo parecem ser apenas meras cortinas de fumaça, tendo na linha de frente a diminuição dos homicídios eventuais por desavença ou domésticos, perpetrados nas comunidades por meio de arma de fogo a querer encobrir o recrudescimento da criminalidade dos outros tipos penais. Vale lembrar também que apesar de ter diminuído os índices de homicídios cometidos via arma de fogo nos casos citados, aumentou substancialmente os índices do mesmo crime perpetrados por arma branca ou outros meios, comprovando então, que o cidadão quando quer, mata o seu desafeto de qualquer jeito.
Assim, o povo vive acuado, desarmado e preso por grades, cercas elétricas, alarmes, nas suas próprias residências e, os diversos criminosos andam soltos nas ruas a caça das suas vítimas, aumentando de forma geométrica o número de latrocínios, roubos e sequestros em todos os lugares.
A Polícia por mais diligente que seja, em virtude da falta de contingente adequado, de uma maior estrutura, de uma melhor organização, de um verdadeiro incentivo com salários condizentes aos seus membros, não consegue romper tais obstáculos e sempre é considerada culpada erroneamente por inoperância pela nossa sociedade como se fosse a única responsável por tal situação.
Atacam-se carros blindados com armamento potente, derrubam-se helicóptero com tiros de fuzis ou metralhadoras antiaéreas, inúmeros assaltos se valem de armas de guerra no país inteiro, policiais são frequentemente mortos no labor das suas funções por criminosos possuidores de armas poderosas adquiridas no câmbio negro do crime organizado.
O cidadão nas ruas literalmente virou um alvo em determinados locais. Um alvo que tem que ser um maratonista, velocista, contorcionista, trapezista e até mágico para se esquivar das balas perdidas. Um alvo que tem que optar por dar apoio aos traficantes de drogas sob pena de morte. Um alvo no seu veículo ultrapassando os sinais de transito e recebendo multas para não ser seqüestrado ou assaltado e morto. Um alvo desarmado sem direito a defesa própria contra o marginal sempre bem armado. Um alvo que tem que contratar segurança particular para sobreviver. Um alvo que ainda tem que agradecer ao criminoso por apenas lhe levar seus bens materiais. Um alvo esperando sempre que apareça algum policial para lhe salvar.
O desarmamento veio para o seio da sociedade brasileira como uma ação insidiosa de tirar-lhe o direito de defesa própria e da sua família ao mesmo tempo em que deu total segurança ao bandido de fazer o que quiser com a sua vulnerável vítima.
O estatuto de Desarmamento não deu e não dará certo enquanto não tivermos uma séria e efetiva política de combate ao crime organizado, enquanto não colocarmos atrás das grades os grandes traficantes de armas e drogas, enquanto não prendermos as pessoas inescrupulosas que dão suporte e proteção aos traficantes e enriquecem sob o julgo desse crime, enquanto não consigamos enfim proteger as nossas fronteiras desses criminosos fazendo com que não mais entre armas no nosso país.
Enquanto isso não acontece, para concluir o texto, faço minha as sábias palavras do Ministro aposentado do Superior Tribunal Militar, FLÁVIO BIERREMBACH, hoje advogado e escritor:
“Desarmar as vítimas é dar segurança aos facínoras”...
"O cidadão de bem tem o direito de possuir uma arma para se defender dos criminosos"...
"Os bandidos já se sentem muito mais seguros para atacar os pobres, os trabalhadores e os homens de bem, porque sabem que provavelmente irão enfrentar pessoas desarmadas"...
“Uma sociedade em que apenas a polícia e os facínoras podem estar armados não é e nem será uma sociedade democrática"...
Autor: Archimedes Marques (delegado de Policia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela Universidade Federal de Sergipe) archimedes-marques@bol.com.br
A questão do desarmamento do cidadão brasileiro faz parte da política marxista de, em médio prazo, causar o caos social, de tal forma que seja necessária uma intervenção militar e a instalação de um governo ditatorial de esquerda. Não foi o que aconteceu na Venezuela sob as ordem de Hugo Chaves?
Se atentarmos para os detalhes de que Lula é amigo íntimo dos Castros, de Evo Morales e Chaves, entre outros títeres, cujos governos foram e ainda são abastecidos pelo crime organizado, o qual equipa e supri as necessidades de grupos guerrilheiros como as Farc, Sendero Luminoso e outros de esquerda (o MST, apesar de abastecido com o dinheiro dos cidadãos, via Governo Federal, também recebeu e recebe “sustento” do crime organizado], com o único intuito de transformar a América Latina numa ex-URSS.
Por isso, Lula faz vistas grossas ao crime organizado, especialmente o narcotráfico, e, de certa forma, o tem favorecido com suas políticas públicas de não-segurança, não-aparelhamento e não valorização das polícias e das Forças Armadas, sucateando-as e retirando gradativamente os opositores dos postos-chaves, com o único objetivo de enfraquecê-las e torná-las incipientes diante das facções criminosas. Enquanto os bandidos se vêem livres para operar segundo os seus interesses e os dos grupos esquerdistas a eles associados, sem qualquer constrangimento. A prova disso está no reconhecimento aos guerrilheiros e criminosos da Farc pelo Foro de São Paulo; o apoio ao golpista Zelaya em Honduras; o apoio insano ao lunático presidente do Irã, Ahmadinejad; e a guarita e cobertura dadas ao guerrilheiro-criminoso italiano Battisti.
Você duvida? Então, espere e verá! Pois a maneira mais “inteligente” do marxismo ocupar o lugar que tanto almeja, somente é possível pela democracia. Uma vez conquistado o seu “direito”, os demais têm os seus usurpados, instala-se o totalitarismo, e todos os que colaboraram com o fim de se atingir a supremacia e o poder absoluto estatal em nome de uma minoria [igrejas, ong’s, associações de bairro, sindicatos, minorias, etc] serão perseguidos e eliminados. Assim como aconteceu na URSS sob o regime de Lénin e Stálin, na China de Mao, na Cuba de Fidel, e por aí afora.
Basta olhar para a história e avaliá-la sem as lentes reducionistas da ignorância para se perceber que o mesmo processo que culminou com a morte de milhões de pessoas está muito próximo de se reeditar por aqui, abaixo do Equador.
O texto do Dr. Archimedes Marques é um alerta ao estágio de abandono que nos foi imposta pela mentalidade supostamente benigna do marxismo, via PT e o governo Lula. Porém, o câncer, se não destruído a tempo, mata, irreversivelmente.
Fernando Isidoro