sábado, 4 de dezembro de 2010

Bolsonaro e Kit Gay: "Governo quer incentivar seu filho ao homossexualismo"

Para quem acredita na inocência do governo do PT, seja de Lula ou da Dilma, e do PL 122, em suas boas intenções para com a sociedade, aí está a prova do que andam arquitetando à revelia da opinião pública, que já deu provas de não aceitar esse tipo de projeto. O que estão fazendo é impor sobre um país nitidamente cristão (ainda que o seja nominalmente) uma nova religião, cujo o centro... bem... seria, digamos, o ânus. Estão cultuando e idolatrando uma prática minoritária, que subjugará o comportamento da maioria ao padrão de poucos. Estão criando uma casta privilegiada, intocável, toda-poderosa, que tornará o cidadão comum e normal um refém da imoralidade (se o homossexualismo fosse algo natural não haveria a humanidade, pois em si mesma é uma ideologia/filosofia autodestrutiva; o que revela e deixa patente a sua não-naturalidade, e a define claramente como uma perversão à ordem natural).

Mas o objetivo marxista não é outro senão criar o caos social e, a partir dele, instituir a ditadura comunista, para então, sujeitar heteros e homos ao poder controlador e tirânico do "deus" Estado. E quem não se enquadrar e se encaixar em seu ideário, seja hetero ou homo, será simplesmente colocado à margem da sociedade, o que vale dizer, trabalho em campos de concentração ou a morte.

E parece que poucos são capazes de ver o monstro se desenvolvendo, se alimentando e prestes a consumir o pouco que ainda resta de Deus no homem natural.

Leia o texto abaixo escrito no "Quebrando o Encanto do Neoateísmo". As evidências já são provas.

Fernando Isidoro

==========================================================BOLSONARO E KIT GAY: "GOVERNO QUER INCENTIVAR SEU FILHO AO HOMOSSEXUALISMO"
O deputado Jair Bolosonaro fez, durante um dos seus últimos discursos na Câmera, uma denúncia gravíssima.

Serão enviados para 6.000 escolas públicas em todo o Brasil DVDs com episódios dando APOIO ao comportamento homossexual e o demonstrando como um modelo, violando diretamente a consciência da maior parte da população (que é cristã).

Tal plano – que só pode ser definido como maléfico em essência – reflete os dois principais objetivos dos movimentos gays (apoiados por esquerdistas e humanistas, é claro):

  • criar uma atmosfera social que proiba QUALQUER tipo de crítica ao comportamento homossexual (que será mais sagrado que qualquer religião);, seja legalmente ou seja por rejeição;
  • estimular POSITIVAMENTE a adoção de práticas homossexuais,;

E o método usado para isso será a doutrinação pelas armas dadas do ESTADO (pois eles devem imaginar que indo no povão diretamente, nenhum pai iria permitir isso), minando a moral particular dos pais, o que é simplesmente absurdo e viola os preceitos mais básicos do Direito.

E o pior: com DINHEIRO PÚBLICO.

Quer mostrar vídeo de homossexualismo para seu filho?

Ótimo.

Mas compre VOCÊ. E não me obrigue a pagar, nem obrigue meu filho a ver algo tão esdrúxulo.

Mas agora, além de protestar contra esse fato, nós temos que entender como foi possível ele surgir – como se legitima intelectualmente a desvio de orçamento público para a produção de vídeos desse tipo?.

Não podemos subestimar o poder de influências das idéias.

Há 50 anos, qualquer pessoa ficaria louca com um vídeo de relações homossexuais sendo distribuidos para menininhos.

Hoje, as pessoas acham lindo e maravilhoso e quem é contra é tachado de nazista, fascista e daí para baixo (o que já mostra que eles não sabem nada de conservadorismo….).

Isso está baseado, é claro, na idéia de “superação do homem” (ou “homem antecipado”) e do “Estado pedagogo.

Podemos fazer uma busca histórica começando em Jean Jacques Rousseau, o filósofo iluminista (que, na verdade, não passava de um doente mental crente na existência de uma operação continental para destruí-lo posta em prática desde os seus 14 anos, com a coordenação da governanta da casa onde morou e de David Hume, além de ser um mestre na arte da auto-promoção).

Reproduzo, então, um trecho do livro Intelectuais, do historiador britânico Paul Johnson para começarmos a entender esse filósofo nos parágrafos abaixo.

Leiam e eu volto em seguida com a análise:

O Estado de Rousseau não é apenas autoritário: é também totalitário, uma vez que regula todos os aspectos da atividade humana, inclusive o pensamento.Submetido ao contrato social, o indivíduo seria obrigado a “se alienar de si, juntamente com todos os seus direitos, em prol do conjunto da comunidade” (i.e., o Estado). Rousseau afirmava que esse era um conflito interminável entre o egoísmo natural do homem e seus deveres sociais, entre o Homem e o Cidadão. E isso o fazia infeliz. A função do contrato social e do Estado que viria como consequência dele era fazer o homem novamente inteiro: “Faça do homem uma unidade e você lhe dará a maior felicidade que ele pode sentir. Entregue-o inteiramente ao Estado ou deixe-o inteiramente só. Mas se você dividir seu coração, você o rasgará em duas partes”. Devemos, por conseguinte, tratar cidadãos como filhos e controlar sua criação e seus pensamentos, incutindo “a lei social no fundo de seus corações”. Eles se tornam “homens sociais por natureza e cidadãos por vocação; serão uma unidade, serão bons, felizes e sua felicidade será a da República”.

Esse procedimento pressupunha uma submissão total. (…) O Estado, nesse sentido, seria o “o dono dos homens e das suas forças” e controlaria cada aspecto da vida econômica e social… (…)

É claro que Rousseau acreditava verdadeiramente que esse tipo de Estado só seria alcançado quando o povo estivesse pronto para aceitá-lo. Ele não chegou a usar a expressão “lavagem cerebral”, mas escreveu: “Aqueles que controlam as opiniões de um povo, controlam as ações desse povo.” Esse controle é estabelecido tratando os cidadãos, desde a infância, como filhos do Estado, educados para ver si próprios somente em relação ao Corpo do Estado.” “Por não terem autonomia em relação ao Estado, eles nada farão que não seja pelo Estado. Este terá tudo o que eles têm e será tudo que eles são.” Mais uma vez, isso antecipada adoutrina fascisita principal de Mussolini: “Tudo dentro do Estado, nada fora do Estado e nada contra o Estado.”

Desse modo, o processo educacional era o segredo para o êxito de uma organização social necessária para tornar o Estado aceitável e bem-sucedida; o eixo das idéias de Rousseau era o cidação como filho e o Estado como os pais, e ele insistiu em que o governo devia ter responsabilidade total pela educação de todos os filhos.

Por isso – e essa foi a verdadeira revolução que as idéias de Rousseau causaram – deslocou o processo político para o próprio centro da existência humana, transformando o legislador, que também é pedagogo, em um novo Messias capaz de solucionar todos os problemas humanos uma vez que cria o Novo Homem. “Tudo”, escreveu ele, “no fundo, tem relação com a política”. A virtude é consequência de um bom governo. “Os vícios se devem menos ao homem do que ao homem sujeito a um mau governo.” O processo político e o novo tipo de Estado que ele faz surgir são os principais remédios para os males da humanidade. Desse modo, Rousseau traçou o plano para as principais fraudes e loucuras do século XX."

(Fonte: Paul Johnson, Os Intelectuais, ed. Imago, pág. 36-37)

Aí vemos todos os principais postulados humanistas “sociais” colocados em prática:

  • coletivismo;
  • crença no “novo homem” ou “homem antecipado”;
  • existência de um conjunto de valores que deve ser dado pelos homens do Estado para “superar” o passado;
  • proibição da ensino em casa, deixando tudo em órgãos que são controlados (direta ou indiretamente) pelo Estado e seus ideólogos;

Essas idéias foram passando de geração em geração, sendo recicladas por outros picaretas anti-cristãos como Karl Marx e seus seguidores culturais, até…. chegar por aqui.

Os documentos do MEC deixam claro qual é o papel da educação pública: o governo deve “construir novas formas de subjetividade” nas crianças, rompendo “dominações religiosas e etárias”.

image_thumb[3]

Link: Resolução 5 de 17/12/2009, http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13556&Itemid=956

Como falei no artigo em que originalmente analisei esse documento do MEC: a idéia de “construção de novas subjetividades” demonstra qual o entendimento dos elaboradores da proposta. A sociedade e a estrutura familiar tradicional direcionam o homem para a degeneração – afinal, se existe a “nova” subjetividade, isso significa que existe uma antiga presente no meio social (que provêm das famílias, pois essa é a outra fonte de educação, além dos colégios) que é reprovável e deve ser superada. E se é a escola que tem que providenciar essa nova subjetividade, signfica que a família não é ou não está sendo capaz de fazê-lo.

A idéia de “superar dominação etária e religiosa” também é bastante peculiar: como já mencionei, tal fato só pode significar que alguns valores religiosos não são tão bons assim e a autoridade natural dos pais sobre os filhos (“dominação etária”) não legitima por completo o ensino desses valores.

Os valores corretos serão aqueles decididos pelos professores e pelos burocratas do Estado. Que, curiosamente, são os valores que eles usam para legitimar sua permanência no governo e suas doutrinas políticas.

Existem duas maneiras de conseguir o poder.

Uma é usando da força bruta diretamente. Outra é convencendo as pessoas de que a sua doutrina é a correta.

E qual o melhor meio para isso do que centralizando diretrizes e propostas com a desculpa de “bom mocismo” ou “politicamente correto” na a escola pública, que deveria ser neutra?

Dá para entender perfeitamente a intenção de quem executa esses atos de controle e mais controle – ganhar poder. O blog do Luciano resumiu de forma quase perfeita os motivos para o ataque maciço da esquerda do Estado inchado e humanista contra os valores cristãos. Seriam eles:

  • 1. Para implementar governos com estados inchados, é preciso de uma confiança no homem, que é alimentada por todas as crenças humanistas e esquerdistas.
  • 2. A religião cristã influencia no ceticismo sadio contra as ambições humanas de controlar as vidas dos outros, pois é uma crença que difunde a fé em Deus JUNTAMENTE com ceticismo em relação ao homem.
  • 3. Quanto mais aumenta a influência da religião, mais difícil fica a vida dos líderes políticos que querem ganhar dinheiro através dos estados inchados (sejam esses políticos adeptos da social democracia, marxismo ou liberalismo social) – com isso entendemos a irritação dos esquerdistas com a religião.
  • 4. Por sua influência anti-esquerdista e anti-humanista, a religião passa a ser combatida por esses grupos de esquerda para que ela tenha sua influência reduzida, exatamente para facilitar a ação desses adeptos do estado inchado (isso também pode ser comprovado pelo fato de ser impossível ver humanistas votando em políticos conservadores).
  • 5. Estrategicamente, o movimento gay recebe o apoio dos dois grupos (humanistas e esquerdistas), que tentarão tornar qualquer crítica aos gays como um ato de “homofobia”. Obtém-se aí o pretexto para criar no senso comum a idéia de que o homossexual não poderá ser criticado.
  • 6. Só que religiosos de orientação cristã defendem a família tradicional e condenam não só o ato homossexual como o sexo promíscuo. Se a crítica ao homossexualismo é proibida, então a prática religiosa pode ser criminalizada, e isso é TUDO que os esquerdistas/humanistas querem.

Bingo.

Luciano acertou em cheio.

Como disse Rousseau, “Aqueles que controlam as opiniões de um povo, controlam as ações desse povo”. E, tendo os valores cristãos de forma geral na jogada, como controlá-los via humanismo?

A maioria aqui deve estar acostumado a ouvir a expressão “separação entre Igreja e Estado”.

Mas só isso não é suficiente. Temos que separar TUDO que for possível do Estado. Sendo ele o detentor legítimo do uso da coerção e da força e tendo o poder de doutrinar os alunos em humanismo e esquerdismo antirreligiosos, por que não o faria?

Ah, você acha que “as pessoas vão ficar mais conscientes e não querer tirar sua casquinha”? Sinto muito. Se você pensa isso, então já caiu no jogo deles de “novo homem”. Não há motivos para achar que a natureza vá mudar e a crença em Deus nos ensina a NÃO confiar no homem.

Temos que fazer uma limpa e “desinfectar” o ensino público dessas idéias, além de pleitear o direito aohomeschooling, que é URGENTE.

E o papel do ensino em cataqueses e escolas dominicais está cada vez mais FUNDAMENTAL para combater a tirania humanista, que quer simplesmente limpar qualquer traço de moral cristã (a “nova subjetividade” com fim das “relações de dominação religiosa e etária”) que não seja útil politicamente para eles .

Vá agora mesmo participar, nos moldes do que eu pedi nesse post (Meios para se iniciar uma reação cultural), de centros de influência ou abrir seu blog para protestar contra esses fatos.

Bem, eu gostaria de escrever mais, mas agora tenho trabalho a cumprir.

Afinal, dinheiro não surge do nada.

Alguém tem que gerar riqueza para bancar os parasitas que criam esses DVDs e Kit Gays distribuidos pelo Estado.

Vou lá, enquanto o governo aproveita seu poder de força para explorar a minha produção e me impor a colaboração em projetos anti-religiosos como esse Kit-Gay.

Seria essa a “mais-valia” da doutrinação homossexual nas escolas públicas?

Se for, não há problemas.

Sendo para o Estado, e contra o Cristianismo, tudo vale, não é mesmo?

O importante é criar “novas subjetividades”….

FONTE: A postagem original pode ser lida no Quebrando o encanto do neoateísmo

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

MANIFESTO EM DEFESA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO RELIGIOSA



A Universidade Presbiteriana Mackenzie vem recebendo ataques e críticas por um texto alegadamente “homofóbico” veiculado em seu site desde 2007. Nós, de várias denominações cristãs, vimos prestar solidariedade à instituição. Nós nos levantamos contra o uso indiscriminado do termo “homofobia”, que pretende aplicar-se tanto a assassinos, agressores e discriminadores de homossexuais quanto a líderes religiosos cristãos que, à luz da Escritura Sagrada, consideram a homossexualidade um pecado. Ora, nossa liberdade de consciência e de expressão não nos pode ser negada, nem confundida com violência. Consideramos que mencionar pecados para chamar os homens a um arrependimento voluntário é parte integrante do anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. Nenhum discurso de ódio pode se calcar na pregação do amor e da graça de Deus.

Como cristãos, temos o mandato bíblico de oferecer o Evangelho da salvação a todas as pessoas. Jesus Cristo morreu para salvar e reconciliar o ser humano com Deus. Cremos, de acordo com as Escrituras, que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). Somos pecadores, todos nós. Não existe uma divisão entre “pecadores” e “não-pecadores”. A Bíblia apresenta longas listas de pecado e informa que sem o perdão de Deus o homem está perdido e condenado. Sabemos que são pecado: “prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, rivalidades, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias” (Gálatas 5.19). Em sua interpretação tradicional e histórica, as Escrituras judaico-cristãs tratam da conduta homossexual como um pecado, como demonstram os textos de Levítico 18.22, 1Coríntios 6.9-10, Romanos 1.18-32, entre outros. Se queremos o arrependimento e a conversão do perdido, precisamos nomear também esse pecado. Não desejamos mudança de comportamento por força de lei, mas sim, a conversão do coração. E a conversão do coração não passa por pressão externa, mas pela ação graciosa e persuasiva do Espírito Santo de Deus, que, como ensinou o Senhor Jesus Cristo, convence “do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8).

Queremos assim nos certificar de que a eventual aprovação de leis chamadas anti-homofobia não nos impedirá de estender esse convite livremente a todos, um convite que também pode ser recusado. Não somos a favor de nenhum tipo de lei que proíba a conduta homossexual; da mesma forma, somos contrários a qualquer lei que atente contra um princípio caro à sociedade brasileira: a liberdade de consciência. A Constituição Federal (artigo 5º) assegura que “todos são iguais perante a lei”, “estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença” e “estipula que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política”. Também nos opomos a qualquer força exterior – intimidação, ameaças, agressões verbais e físicas – que vise à mudança de mentalidades. Não aceitamos que a criminalização da opinião seja um instrumento válido para transformações sociais, pois, além de inconstitucional, fomenta uma indesejável onda de autoritarismo, ferindo as bases da democracia. Assim como não buscamos reprimir a conduta homossexual por esses meios coercivos, não queremos que os mesmos meios sejam utilizados para que deixemos de pregar o que cremos. Queremos manter nossa liberdade de anunciar o arrependimento e o perdão de Deus publicamente. Queremos sustentar nosso direito de abrir instituições de ensino confessionais, que reflitam a cosmovisão cristã. Queremos garantir que a comunidade religiosa possa exprimir-se sobre todos os assuntos importantes para a sociedade.

Manifestamos, portanto, nosso total apoio ao pronunciamento da Igreja Presbiteriana do Brasil publicado no ano de 2007 [LINKhttp://www.ipb.org.br/noticias/noticia_inteligente.php3?id=808] e reproduzido parcialmente, também em 2007, no site da Universidade Presbiteriana Mackenzie, por seu chanceler, Reverendo Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes. Se ativistas homossexuais pretendem criminalizar a postura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, devem se preparar para confrontar igualmente a Igreja Presbiteriana do Brasil, as igrejas evangélicas de todo o país, a Igreja Católica Apostólica Romana, a Congregação Judaica do Brasil e, em última instância, censurar as próprias Escrituras judaico-cristãs. Indivíduos, grupos religiosos e instituições têm o direito garantido por lei de expressar sua confessionalidade e sua consciência sujeitas à Palavra de Deus. Postamo-nos firmemente para que essa liberdade não nos seja tirada.

Este manifesto é uma criação coletiva com vistas a representar o pensamento cristão brasileiro.
Para ampla divulgação.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Uma resposta a dois amigos: religião e política, novamente!

NOTA: O texto é longo e sem imagens. Fui orientado a resumir o texto, mas não tenho o dom da síntese. Refiz algumas coisas e agradeço sinceramente ao Franklin pelas sugestões. Trata-se de uma resposta a dois amigos: um filósofo e outro historiador. Ambos presbiterianos. É sinal de um sintoma de longas décadas de doutrinação marxista-desconstrucionista-gramsciana. Por providência, fui logo vacinado, logo quando o "recontar da história" começou a atingir-me. Os textos de centenas de mestres (Prof. Olavo de Carvalho, Dr. Abraham Kuyper, Dr. Dooyeweerd, João Calvino , Schaeffer, documentos do período chamado "Ditadura Militar", Jornais antigos e de tantos outros textos e autores) vieram ao meu encontro e preservaram-me do ludíbrio historiográfico contado pelos que hoje estão no Poder, bem como livrou-me da dicotomização radical da vida. Vamos ao texto.

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Por Gaspar de Souza

1. Tendo passado o primeiro turno das eleições, ficou-se a nítida impressão de que o Brasil ainda não quer ficar todo vermelho. Milhares de brasileiros mandaram seus recados aos institutos de pesquisas, estes “seres olímpicos”, cuja sapiência hérmica interpreta para os mortais as intenções de votos do “povo”, esse ente metafísico.

2. Dois amigos meus, cristãos e líderes, um formado em História e outro em Filosofia, vez por outra travam embates políticos comigo (ou eu com eles, claro). Mas, o que me irrita mesmo é o senso de “neutralidade historiográfica” ou, como o amigo filósofo escreveu, que deveríamos fazer política “de forma imparcial”, esquecendo que já optam por uma forma ou outra de parcialidade conceitual. Os dois incorrem em erro básico e deveriam estar cientes deste erro: todo posicionamento acerca de qualquer outra área do saber existe numa relação hermenêutica sujeito-objeto mediada por uma pré-compreensão daquilo que se deseja interpretar. Num tom mais heideggeriano “a interpretação sempre se funda numa visão prévia, que ‘recorta’ o que foi assumido na posição prévia, segundo uma possi­bilidade determinada de interpretação”(Ser e Tempo, § 32). Isto também se aplica à História. O amigo historiador, doutrinado na dialética matério-hegeliano-marxista de eventos tipo causa-e-efeito, esquece-se de que suas concepções acerca da história estão arraigadas num background filosófico e, em última instância, epistêmico-metafísico. Diz o professor Murray G. Murphey (Truth and History, 2009, p. 4, 5):

A maioria dos historiadores considera as interpretações alternativas dos dados simplesmente como um fato da vida. Esta convicção assenta-se no fato de que o corpo de dados sobre qualquer questão histórica é limitada e que, ao contrário das ciências naturais, os historiadores não podem expandir sua base de dados à vontade. Dado todo o corpo, dados finitos fixos, é sempre possível inventar teorias alternativas que podem explicar aqueles dados. Mas isso não significa que essas teorias alternativas sejam igualmente boas para explicar os novos dados à medida que são descobertos.

Em outras palavras, meu amigo historiador escolherá os dados mais ajustáveis às suas pressuposições, podendo inventar teorias que, possivelmente, pudessem explicar seus “fatos”. Enfim, quando meus amigos pedem para que sejamos “parciais” ou procuram analisar a história como observadores neutros, já se tornaram parciais e subjetivistas. Não há campo neutro, não há dados neutros, não há história completa e não há política que não possua fundamento religioso, seja a favor de Deus ou contra Deus. Aos pontos apresentados por meus amigos, quando falam em nome da laicidade do estado, optam por um estado anti-religioso, visto ser impossível um estado a-religioso. Meus amigos contribuem maciçamente para a dicotomia público-privado.

3. Um deles diz que nem a esquerda entende os evangélicos, nem os evangélicos entendem a esquerda. Estes seriam ignorantes porque “vêem a questão social pela ótica da guerra fria e entendem temas como família apenas pelo viés moral”. Aqueles vêem estes apenas por “questões materiais”. Esperar-se-ia que a ‘esquerda’ fosse avaliada, mas, para surpresa, apenas os evangélicos e seus fundamentos teóricos acerca da família serão questionado. Para o articulista, os temas morais que os evangélicos debatem, além de reducionistas, estão longe do verdadeiro problema: moradia, trabalho, emprego, educação etc. Claro que estes temas “tocam à (sic) organização e estruturação da família”. Porém, como cristão calvinista, o articulista deveria olhar estes temas à luz da cosmovisão cristã. A menos que o nobre historiador não acredite que esta disciplina tenha algo a dizer.

4. O nobre escritor (e me espantou que o meu amigo filósofo usou o mesmo argumento da estrutura econômica para defender o PT e ser contra os evangélicos) deveria lembrar que ambos os temas estão associados e que, como na época do Rei Uzias, que reinou durante 55 anos em Israel, Judá muito prosperou (Cf. 2Cro 26. 1 – 15), mas veio a se orgulhar por tudo isso (2Cr 26. 16ss); esquecem-se do Rei Jeroboão II (825 e 784 a.C.), filho de Joás, e que se tornou o maior líder de Israel, Reino do Norte, governando por 41 anos. O Reino do Norte alcançou a “Idade de Ouro”(cf. II Rs 14. 23 – 29). Havia paz entre as nações e enriquecimento das pessoas. As relações internacionais estavam indo de vento em popa. As pessoas estavam prosperando economicamente; o comércio prosperava (Am. 8.5); a classe média expandia-se (Am. 4. 1 – 3), casas luxuosas estavam sendo construídas (Am. 3.15; 5.11; 6. 4, 11); os ricos estavam tranqüilos (Am. 6. 1 – 6). Esta época do Profeta Amós (séc. VIII a.C) ficou conhecida como “a época áurea de Israel e de Judá”. Mas havia um caos político, Moral e Religioso. Isto não estava patente ao povo dos Reinos do Norte (Israel) e do Sul (Judá), visto que era um período de prosperidade sem precedente. Porém, a despeito disso tudo, Israel e Judá estavam em terríveis pecados. Os pobres eram privados em seus direitos básicos (Am. 2. 6, 7 [liberdade – escravidão]; 5.7, 10 – 13[altos impostos]; 6. 12 [corrupção da justiça]; 8. 4 – 6 [opressão]); os endividados eram aceitos como escravos (2.6; 8.6. Cf Lv 25. 39; Dt 24. 12, 13); a imoralidade era a regra (Am. 2. 7). Ainda assim, a Religião e a Política econômica estavam em pleno desenvolvimento e atividade (Am. 4.4; 5.5; 8.3, 10). Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência.

5. Desta análise, conclui-se que os temas listados pelos interlocutores (moradia, trabalho, emprego, educação etc) e a melhoria de “muitos miseráveis” (palavras do amigo filósofo), não passam apenas pelo viés político-econômico; antes passam, sim, na base, no fundamento, da ética – se quiserem aprofundar a questão, podemos falar que a ética é reflexo de uma concepção epistemológica – sendo assim, devendo o Cristão protestar não apenas contra o aborto, união civil do mesmo sexo, contra prostituição etc, mas principalmente pelo fundamento deontológico dos políticos, quando estes oferecem moradia, trabalho, emprego, educação etc. às custas de valores éticos mais importantes. Portanto, a “discussão de temas” deve ser avaliada à luz do que pensam os políticos em termos morais, sim. E são os temas morais que destroem muito mais, como atesta o Livro do Profeta Amós (a menos que meus interlocutores não consideram a revelação naquele livro, claro).

6. Agora, isto me leva ao segundo ponto que meus interlocutores apresentam. Primeiramente, o meu amigo filósofo afirma que os “líderes evangélicos” deixem de ser “tutor de suas ovelhas”. Nada mais destoado da teologia calvinista do que isso. Ora, de acordo com o Apóstolo Paulo, o magistrado “é ministro de Deus”(Rm 13.1 – 4), tanto quanto um pastor é ministro da Palavra. A diferença entre os dois é o “poder da espada” (linguagem da Confissão de Fé de Westminster – cap. 23, § i) quem ambos trazem. No primeiro, o poder da espada é temporal, usada para “castigo dos malfeitores e incentivo e benefício dos bons” e tudo isso visando a “glória de Deus e para o bem público” (idem). Este não pode tomar sobre si a “administração da palavra, dos sacramentos ou o poder das chaves do Reino do Céu, nem de modo algum intervir em matéria de fé; contudo, como pais solícitos, devem proteger a Igreja do nosso comum Senhor, sem dar preferência a qualquer denominação cristã sobre as outras, para que todos os eclesiásticos sem distinção gozem plena, livre e indisputada liberdade de cumprir todas as partes das suas sagradas funções, sem violência ou perigo. Como Jesus Cristo constituiu em sua Igreja um governo regular e uma disciplina, nenhuma lei de qualquer Estado deve proibir, impedir ou embaraçar o seu devido exercício entre os membros voluntários de qualquer denominação cristã, segundo a profissão e crença de cada uma”(CFW, cap. 23, § iii).

Neste ponto, já esta citação seria suficiente para que o meu amigo historiador percebe-se que, pelo menos entre os calvinistas, não há “algum grau de dificuldade na relação com o estado laico”. As palavras da CFW são um primor da democracia. O problema é que o estado atual, eivado de materialismo-histórico-gramsciano, quer colocar a igreja sob sua tutela separando as coisas em “isto é política, não religião”, isolando a religião do debate político. Então, ao invés de termos um estado laico, temos um estado anti-religioso. Tratam de temas da ética, da moral e da religião religiosamente implícito na política. Nas palavras de Kuyper: “Nenhum esquema político jamais se tornou dominante a menos que tenha sido fundado numa concepção religiosa específica ou numa concepção anti-religiosa”.

7. Já os “ministros da Palavra” têm o poder eclesiástico da espada, sendo o “governo da igreja” diferente da magistratura civil. Ainda citando a CFW (cap. 30, § ii), a estes foram entregues “as chaves do Reino do Céu. Em virtude disso eles têm respectivamente o poder de reter ou remitir pecados; fechar esse reino a impenitentes, tanto pela palavra como pelas censuras; abri-lo aos pecadores penitentes, pelo ministério do Evangelho e pela absolvição das censuras, quando as circunstâncias o exigirem”.

8. O que isto tem a ver com o fato dos pastores e padres alertarem suas ovelhas a não escolherem certos candidatos ao governo? Ora, estes futuros ministros serão pastores da Nação, e se o pastor eclesiástico, quando “vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa as ovelhas”, não passará de um mercenário, visto não ter “cuidado das ovelhas” (Cf. Jo 10. 12, 13). A igreja, como instituição e organização é apartidária. Ela não tem um candidato, um partido, uma ideologia política, uma bandeira governamental etc. O púlpito não é lugar para promover candidato, mas para afirmar e orientar o rebanho não apenas sobre o reino dos Céus, mas sobre o Reino de César.

9. Não exercendo este ministério holisticamente, podemos negligenciar a dádiva divina de um governo democrático como representantes sérios e vocacionados. Nas palavras de Calvino, citadas em Abraham Kuyper: “E vós, Ó povos, a quem Deus deu a liberdade de escolher seus próprios magistrados, cuidem-se de não se privarem deste favor, elegendo para a posição de mais alta honra, patifes e inimigos de Deus.” (2002, p. 91).

10. Fica claro que são os nobres colegas que estão distantes dos pensamentos biblíco-reformado-calvinista. Os pastores e padres devem, sim, orientar e alerta suas ovelhas acerca dos lobos que estão em todos os partidos. Não, há, caro filósofo, “partido perfeito”, nem o PSDB é o “partido de Deus”, mas os partidos mais republicano (se houver algum, claro. Cf. em Is 33.22 os “três poderes” da República) representam melhor os valores do Reino de Deus (e não estou falando de oração, sacramento, pregação etc. Estou falando de ação social, liberdades individuais, liberdade da imprensa, liberdade de expressão, autonomia da família, da igreja, propriedade, terra, economia, educação, saúde, promover meios para ascensão social etc.). Portanto, caro filósofo, parafraseando o Cristo digo: “acautelai-vos dos falsos políticos e dos políticos falsos”(Cf. Mt 7.15).

11. A discussão, então, deixa de ser pela polarização “esquerda-direita”, “guerra fria e militares” para ser guerra ideológica, trantando a política pela via positiva, ou seja, a mensagem cristã tem implicações públicas e sociais. O que temos visto, no entanto, é uma hegemonia no pensamento secularista, que cria uma hegemonia ideológica que até mesmo os protestantes aceitam. Leiam esta citação do teórico político Antonio Gramsci:

O moderno Príncipe [NA. O Partido da Classe Operária], desenvolvendo-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais e morais, uma vez que seu desenvolvimento significa (...) que todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio moderno Príncipe (...). O Príncipe toma o lugar, nas consciências, da divindade ou do imperativo categórico, torna-se a base de um laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a vida e de todas as relações de costume (apud AZEVEDO, 2007. Grifos meus)

12. Lendo isto, nota-se como o PT possui esta estratégia e, meus amigos, reproduziram esta ideologia e não a perceberam. Agora, quem não está entendendo a relação igreja-estado, prezadíssimo historiador? É o que dá ser doutrinado nas Academias como se seus mestres fossem o poço da isenção ideológica. Pobres almas!

13. Não há, queridos irmãos, na ótica bíblico-calvinista, separação da “ordem privada” do “campo de ação do comportamento público”. O texto que se segue, do filósofo Criss Gousmett, nos dá conta desta falácia de “ordem privada” e “ordem pública” aceita pelos amigos, especialmente pelo historiador. O texto é longo, mas vale a pena.

Tudo que fazemos é religioso, uma vez que tudo o que fazemos resulta da nossa condição de criaturas: o fato de que Deus nos criou para um propósito específico, para cuidar e desenvolver o mundo que ele fez. E, porque estamos arraigados na dependência de Deus para nossa existência, a nossa relação mais fundamental na vida é religiosa, que governa e modela todas as coisas que fazemos, e desta raiz surgem nossas cosmovisões. Porque tudo que fazemos é moldado por nossa obediência ou rebelião contra Deus e Seu Pacto, a religião está arraigada na vida humana e todas as coisas que fazemos têm um caráter religioso. Não existe maneira de podermos manter a ideia de um mundo secular (ou seja, um mundo afastado de Deus), exceto sob a ilusão do pecado. Assim, nossas cosmovisões, nossa teologia, nossa filosofia [nossa visão da história, da política etc – NT) são formadas por nossa religião, isto é, o compromisso total do coração para o que conhecemos como Deus. Como vivemos o nosso compromisso de nosso coração em tudo o que fazemos, esta religião molda todas as coisas em que estivermos engajados: teologia, filosofia, políticas, educação, economia etc. Todas as áreas vida se encaixam porque tudo está enraizada em nossa vida religiosa. Para o Marxista somos basicamente seres econômicos; para o Freudiano somos basicamente seres reprimidos sexualmente; para o Cristão somos basicamente seres religiosos. A característica mais fundamental de tudo é a religião, isto é, a relação que temos com o que o quer que seja que chamemos de deus. Nossa cosmovisão é a expressão deste compromisso religiosos, formando a maneira pela qual nós realmente vivemos nossas vidas e, portanto, como fazemos filosofia e teologia (ou política, ou história etc – NT) e como podemos expressar a nossa religião.(GOUSMETT, 1996, p. 20, 21)

14. Enfim, no discurso escrito dos meus amigos, percebo a ingenuidade de acreditar que o problema é apenas acerca do aborto ou outras questões morais. A crítica que um deles faz a candidata Marina – percebe-se nele a “esquerda raivosa”, para usar uma frase dele acerca da “direita raivosa” – é pueril. Não considera o aspecto do todo, atribuindo a Marina, a quem chama de “Al Gore tupiniquim” – embora em outra ocasião, mais antiga, a chamou de “uma pessoa extraordinária” e uma “mulher incrível” – a culpa de não entender os evangélicos por culpa da conversão tardia e da filiação denominacional da candidata. Esqueceu-se ele dos muitos elogios, da foto com a candidata e do “evento que foi excelente” e da “aula impagável”, cuja “história pessoal dá-lhe a todo momento a legitimidade necessária a seu discurso”? Já sei! Acabou-se o sonho de “um convite para construção de novas utopias”.

15. Caro amigos, não incorram no erro de acreditar que os temas da ética não devam ser tratados. Os Cristãos querem mais, e fazem isto de modo tácito. Embora eu não concorde com o reducionismo ético, como se os problemas para os cristãos fossem apenas o aborto e os gays, meu conselho tem sido que irmos à raiz do problema: o que o PT acredita em sua ideologia, em seu pensamento fundamental que governa cada área da vida, não apenas as sociais e ambientais.

Se a vida é verdadeiramente entendida como religião, isto é, serviço a Deus em amor e obediência [ou rebelião – NT] como uma responsabilidade da criatura humana em uma situação histórica particular, então é impossível fundamentar, em categorias incontestáveis mutuamente exclusivas, a adoração e a política. [...] A autêntica adoração cristã terá significado político concreto. (Albert F. GEDRAITIS, 1972, p. 9)

16. Não me parece, caros amigos, que os cristãos desejam transformar este país numa “teocracia”(vide filósofo), nem mesmo que os pastores estejam manipulando “de forma tão grosseira”. O “caldo de cultura conservadora entre muitas lideranças” cultivam, sim, não um “sentimento anti-petista radical”(ao amigo historiador, até parece-me que você cultiva “um sentimento anti-peesedebista radical”. Viu como é fácil gerar ad hominem?), mas um senso de preocupação com questões mais nítidas (talvez seja miopia gospel) como as que vieram à pauta. Eles entendem que o que está em jogo são as questões das liberdades individuais. Sendo assim, caros amigos, preocupa-nos muito mais as questões de cunho moral, pois não haverá emprego se não houver crianças nascendo, crescendo e a geração atual envelhecer; para quem serão as universidades se a dizimação da vida e o impedimento de criar filhos e famílias fortes forem implantados? Não haverá redução de pobreza enquanto pensar-se no velho discurso de “divisão de classe”, querendo resolvê-la pelo confronto hegeliano a fim de gerar uma síntese estatal absoluta sobre ambos. Se a mortandade aumentar o extermínio e a relativização e depredação dos valores judaico-cristãos, que moral haverá para criarem-se empregos e famílias, se valerá tudo para satisfazer a natureza egoística deste ser humano caído? Aliás, prestem atenção como o Francis Schaeffer (2003, p. 13) alerta para os perigos do enfraquecimento dos valores morais, falando como a moral da Grécia e de Roma contribuiu para queda destes impérios. Ele diz que o problema fundamental está naquilo eles pensavam acerca de seus deuses.

mas seus deuses não eram grandes o bastante, porque eram finitos, limitados. Mesmo todos os deuses juntos não eram infinitos. Na verdade, os deuses do pensamento grego e romano eram muito semelhantes a homens e mulheres acima do comum, mas não essencialmente diferentes dos homens e mulheres humanos [...] Os deuses eram uma espécie de humanidade ampliada, não divindades. Como os gregos, os romanos não tinham um deus infinito. Assim sendo, eles não tinham nenhum ponto de referência suficiente, do ponto de vista intelectual; isto é, eles não tinham nada que fosse suficientemente grande ou suficientemente permanente a que pudessem prender o seu pensamento, ou a sua vida. Conseqüentemente, o seu sistema de valores não era suficientemente forte para fazê-los suportar os desafios da vida, tanto individual quanto política.

Lembra o que eu disse mais acima? É a religião de novo. E na base ideológica do PT (e de qualquer outro, como é o caso), o que se encontra é um ídolo. Por isso que suas propostas são mais radicais e eles não toleram os cristãos que não se embevecem com estas propostas. Novamente, faço minhas as palavras de Schaeffer, quando comenta o motivo dos cristãos terem sido perseguidos por Roma (idem, p. 17): “nenhuma autoridade totalitária ou Estado autoritário pode tolerar os que têm um referencial absoluto, de acordo com o qual avaliam aquele Estado e suas ações”. Aquelas coisas, portanto, terão a ver com a família, quando estas questões forem tratadas, entenderam?

17. Queridos, parem de ver as coisas de maneira fragmentada. Procurem ver o que há sob a superfície. Tratemos das questões sociais, mas não pensem que os pressupostos do PT, muito mais do que em outros partidos, são compatíveis com o Cristianismo. Ambos possuem deuses diferentes. Suas cosmovisões são mutuamente excludentes e opostas e os resultados de ambos também produzem resultados opostos nas áreas sociológicas, governamentais e, especificamente, legais (MANIFESTO HUMANISTA). Por isso não é problema para o Sr. Presidente quebrar TODAS as leis eleitorais; falar em ética, mas mentir acerca de tudo; de discursar para “eliminar” a oposição, como se já vivêssemos numa petecracia; de quebrar toda liturgia que o cargo lhe confere; de se referir aos adversários políticos como “esse sujeito” ou “esse cidadão”; de mudar a verdade em mentira e transformar a mentira num método. Para ele não há referenciais absolutos, a não ser o Partido, para quem todos os meios são válidos (mentiras, campanhas difamatórias como já estão ocorrendo no Recife, dizendo que Serra vai acabara a “bolsa família”, vai privatizar TODO bem público etc).

18. Não mais me estenderei sobre os textos dos amigos. Acredito que já foi, para mim, o suficiente para perceber que vocês estão eivados de pressupostos contrários à fé reformada; em termos políticos, claro. Ambos são engodados pela falácia “público-privado”; um está com a cabeça cheia do historicismo-materialista, e tão impregnado como a distinção acima, que nem percebe que tomou o nome de Deus em vão por diversas vezes, misturando os dois campos (é o que Van Til chama de “tensão entre o racional e o irracional”). O outro não observou que escolher entre um não-cristão experiente e um cristão não-experiente, confundindo a doutrina da vocação geral dos homens (a graça comum), acredita que os TODOS os pastores estão ensinando aos crentes a votarem em crentes; e que, ao orientar aos “líderes evangélicos” a não manipularem suas ovelhas, acaba incorrendo no mesmo erro, visto tentar eles mesmo manipular os manipuladores.

Termino citando Kuyper novamente (idem, p. 91. grifos meus):

Posso adicionar que a escolha popular é bem sucedida, naturalmente, onde nenhum outro governo existe, ou onde o governo existente se enfraquece. Onde quer que novos Estados tem sido instituídos, exceto pela conquista ou pela força, o primeiro governo [NA – a democracia] sempre tem sido instituído pela escolha popular; e assim também onde a mais alta autoridade tem caído em desordem, quer pelo desejo de uma fixação do direito de sucessão, quer através de revolução violenta, sempre tem sido o povo que, através de seus representantes, reivindicou o direito de restaurá-lo. Mas com igual resolução, Calvino afirma que Deus tem o poder soberano no modo de administração de sua providência, para tirar de um povo esta condição mais desejável, ou nunca concedê-la absolutamente quando uma nação é inapta para ele, ou, por seu pecado tem sido completamente privada da bênção.

Em Jesus Cristo, que está acima de César,

Gaspar de Souza

Fonte: Eis nosso tempo!

sábado, 9 de outubro de 2010

A CANDIDATA VENTRÍLOQUA







Que Serra é também um candidato de esquerda, acho que não há dúvidas. De que não há candidatos de direita no Brasil, também não há dúvidas. De que a oposição é "meia-boca" por aqui, e de que os aliados de hoje serão os inimigos de amanhã, e vice-versa, ninguém também duvida. De que a ordem a qual o PT e Lula querem impor ao país é a mais vergonhosa e ignominiosa tentativa de se fazer daqui uma grande Cuba, em que a oligarquia petista se perpetuará pelos próximos 100 anos; há quem não acredite, por pura insensatez e ignorância.

Tudo isso me leva a crer que estamos caminhando cegamente para uma ditadura comunista, e tão ou mais totalitarista do que jamais se viu no mundo; acho que até mesmo na URSS. Cercear liberdades individuais, impor restrições à imprensa, congresso, judiciário, etc, são tentativas que ainda não se realizaram, acredito, pela vontade de Deus. Pois se dependessem deles, nós já estaríamos todos condenados ao grande Gullag. Digo todos, mas referindo-me àqueles que não se curvariam ao despotismo petista.

Bem, mas o que Serra tem a ver com isso? Como disse anteriormente, a sua eleição somente se tornou possível, não por seus méritos, mas pelos deméritos de Dilma e os lulistas. Esta é a eleição mais fácil de se ganhar nos últimos pleitos, mas Serra foi de uma frouxidão de dar pena. Não atacou diretamente, nem mostrou as incoerências e destrambelhices do governo petista, seu Czar vermelho, e sua trupe. Se Serra tivesse agido como um verdadeiro candidato de oposição, não haveria segundo turno, nem o efeito "Marina". Ela provavelmente ficaria lá com os seus 8 ou 10%, Dilma com uns 20% [porque a militância petista é cega, burra e surda mesmo] , e o candidato do PSDB ganharia de lavada, com uma folga somente vista em eleições onde há apenas um candidato [como a Cuba dos Castros, p. ex.].

Mas Serra esqueceu-se com quem estava disputando a eleição à presidência: com uma máquina estatal corrompida ao ponto de querer a vitória a todo custo. As barbaridades são tantas e seguidamente cometidas que não há espaço suficiente para relatá-las. Desde a utilização do dinheiro público na campanha da candidata do PT, até as constantes infrações à Lei eleitoral, pagas com o nosso dinheiro, enquanto o Presidente ria-se de morrer entre uma cachacinha e um tira-gosto.

Espero que Serra, agora, descubra-se candidato e enfrente corajosamente Dilma e seu arsenal político [de arsenal e armamentos, ela entende muito]. A questão do aborto, e de outros propostas contra a vida e a família, presentes na agenda petista, foi um tiro no pé. E mostrou que, a despeito do esforço hercúleo da esquerda, a família e os valores morais ainda têm importância para o cidadão brasileiro. Há quem insinue que isso é um atraso. Mas os romanos matavam seus bebês e filhos sem cerimonia alguma, e o que eles estão defendendo é uma volta à prática bárbara e pagã de matar crianças em nome do deus deste século: a imoralidade, a perversão e o egoísmo. E muitos, entre eles, sociólogos, pedagogos, psicólogos, filósofos, professores, etc, se consideram superiores por defender o aborto, a agenda homossexual, a corrupção, a pedofilia, a prostituição, tudo em nome de uma pretensa "força progressista", que nada mais é do que a degradação máxima do ser humano.

Espero que Serra ganhe, porque é impossível sequer imaginar o país nas mãos da Dilma. Mas também, um dia, não o imaginava nas mãos de Lula. E já, quase no apagar das luzes, ele pretende se perpetuar através da ventríloqua candidata. Que repete estupidamente o discurso ultrapassado, e as idéias mais do que reprovadas do marxismo, seja o castrismo, o chavismo ou o lulismo. Todos sambas de uma nota só; monocórdica e sem a menor inspiração.

Se alguém tem dúvidas, estamos na idade das trevas. Não por causa de Deus, como alguns querem fazer culpado, mas por causa deles mesmos: idiotas a deificar o Estado.

domingo, 12 de setembro de 2010

Brasília ou Lulília?




Não tenho assistido ao horário político, por preguiça e por estar cansado das mesmas lorotas, da empulhação que se tornou regra entre os candidatos. Serra, ao meu ver, perdeu a chance de derrotar a máquina governamental petista, quando não atacou francamente o presidente Lula, revelando os oito anos de (des) governo, em que o Estado foi aparelhado para estar permanentemente a serviço do PT, não do país.


Por muito menos, uma reforma na Casa da Dinda e um Fiat Elba à época, Fernando Collor foi cassado, com o aval do próprio PT e de Lula. Depois do Mensalão, das denúncias comprovadas pela CPI e pelo dep. Roberto Jefferson; depois de uma rede de corrupções que vai até o Palácio do Planalto, nada foi feito. Uma oposição medrosa, serviçal e omissa tem permitido que o crime organizado se institucionalize desavergonhadamente no Governo Federal. Interessante que o próprio Fernando Collor é um dos atuais aliados de Lula e Dilma. Interessante...

Lula tem dado mostras do que veio e porque veio. Não quer largar o osso e conta com a complacência suicida da oposição, que nem mesmo sabe o que fazer, muito menos como fazer. No fundo, o Brasil é um país em que mudam-se as legendas, mas os políticos são os mesmos, marxistas em maior ou menor grau, mas sempre marxistas; seja ativa ou passivamente em atitudes truculentas, imorais, desprezíveis e malignas como as de Lula e, provavelmente, Dilma (o "frankestein" criado pelo "cientista louco e megalômano"), ou pela omissão, pelo medo, pela falta de vergonha e pela imoralidade daqueles que se aliam (ainda que intelectualmente) com o perversão petista, diga-se, comunista.

Em breve, seremos a reedição do país de Hugo Chaves; que imita o seu mentor Fidel Castro; o qual, por sua vez, seguiu os passos de Lénin, Stálin, Mao... Lula não vê a hora de estar nesse "seleto" grupo de ditadores e assassinos, talvez a tempo de mudar o nome de Brasília para Lulília. Mas, deixa prá lá! Para que Lula iria querer uma cidade se pode ter um país? Pensando bem, por que não o mundo?

Transcrevo a seguir o texto do Reinaldo Azevedo. É um alerta para um país sem oposição; e que perdeu completamente a vergonha... o pudor.

Fernando Isidoro


CHEGOU A HORA DE A CAMPANHA DA OPOSIÇÃO ENTRAR NO “MODO DA RESISTÊNCIA INSTITUCIONAL”. É PRECISO CHAMAR LULA ÀS FALAS!

Por ReinaldoAzevedo


A gravidade das violações de sigilo na Receita Federal subiu estupidamente de patamar depois da fala de ontem de Lula, no Rio Grande do Sul. Ela pede uma reação enérgica da oposição — e não cabe nem mesmo o cálculo se uma resposta à altura dá ou tira votos. Estou convencido, sem prejuízo de o tucano José Serra continuar a apresentar suas propostas, de que a campanha da oposição entra no que eu chamaria “Modo de Resistência Institucional”. Ontem, Lula usou a sua popularidade para pedir carta branca à sociedade para fazer o que bem entende. É preciso dizer com todas as letras: ONTEM, LULA REIVINDICOU O DIREITO DE DAR UM GOLPE DE ESTADO, tendo, circunstancialmente, as urnas como arma.

Se alguma dúvida havia sobre o compromisso de Lula com a democracia, ela se desfez ontem. Não tem compromisso nenhum! Está evidenciado que ele a usa como arma tática e que a escalada petista supõe a desconstrução do estado de direito conforme nós o conhecemos. É a Constituição da República Federativa do Brasil que está sendo fraudada com as invasões de sigilo. Um órgão do Estado, a Receita Federal, converteu-se, como tem deixado claro o notável trabalho de reportagem do Estadão, em instrumento de luta de um partido político. E tudo caminha para que mais esse crime reste impune.

Sim, agora é preciso entrar no MODO DE RESISTÊNCIA INSTITUCIONAL. E o próprio presidente Lula — pouco importa se sua popularidade atingiu 8795%, segundo a última medição Vox Diaboli — tem de ser chamado às falas. Ele passou de todos os limites. Ontem, comentando a questão da invasão de sigilos — e ele estava numa solenidade em que falava como presidente! — afirmou que “Serra precisa saber que eleição a gente ganha convencendo os eleitores a votar na gente, não tentando convencer a Justiça Eleitoral a impugnar a adversária”. Para Lula, “isso já aconteceu em outros tempos, na ditadura militar.” E recomendou: “Na democracia, o senhor Serra que vá para rua, que melhore a qualidade de seu programa [de TV]“. Lula classificou ainda o episódio — a violação da Constituição — de “futrica menor”.

O sr. Lula precisa saber que, na democracia, “a gente convence o eleitor a votar na gente” segundo regras — todas aquelas que o PT tem desrespeitado sistematicamente. Na democracia, a gente “vai para a rua” não para pisotear as leis, mas para pedir a sua efetiva aplicação. Método típico de uma ditadura é fraudar o sigilo fiscal e bancário de adversários. Método típico de uma ditadura é organizar bunkers de bandidos para produzir dossiês. Método típico de uma ditadura é querer criar constrangimentos morais para que as pessoas exerçam o direito, também ele constitucional, de recorrer à Justiça. Método típico de ditadura é considerar a violação da Constituição mera “futrica”.

Toda essa baixeza merece uma resposta à altura das instituições que ela fere. Não estou entre aqueles, mesmo!, que consideram que a eleição já está decidida e coisa e tal. Já disse os motivos e não vou repisá-los. Mas acho que essa questão, agora, ficou menor. Outro valor mais alto se alevanta. Se o custo de a oposição dizer o que tem de ser dito — QUE O PRESIDENTE LULA, NA PRÁTICA, PROTEGE CRIMINOSOS AO DAR DECLARAÇÕES COMO A DE ONTEM — for perder votos, que assim seja. Com quantos a democracia e o estado de direito, VIVIDOS NA PRÁTICA, podem contar? Pois que a causa siga com estes bons. Bento 16 afirmou certa feita, não com estas palavras, mas o sentido era este, que a Igreja se fortalece recuperando a dimensão de sua fé, não condescendendo com valores que lhe são estranhos; a sua permanência está nos valores de sua doutrina, ainda que isso lhe custe perder os fiéis… infiéis. Exato!

As lideranças do país que deploram a contínua violação da Constituição, das leis e do decoro têm apenas um caminho: voltar ao livro-texto da democracia e do estado de direito e repudiar, sem meias-palavras, o discurso irresponsável de Lula. Sua popularidade não lhe dá o direito de jogar a Carta que nos rege — ou deveria nos reger — no lixo. O regime democrático não se define apenas pela realização das eleições. Elas são um dos instrumentos do exercício da soberania popular. O sufrágio universal não elege ditadores, mas procuradores do estado de direito.

Indignidade A reação tem de ser dura, severa, clara. E saiba a oposição: enfrentará, à diferença de outros tempos, a maledicência até de setores da própria imprensa, que passaram a chamar a Justiça de “tapetão”, em mais um claro sintoma da degradação de valores que está em curso. Trata-se de uma óbvia indignidade. A maioria que o PT teria hoje nas urnas, segundo esse raciocínio, permitiria, então, a esses majoritários fraudar as próprias leis que legitimam o pleito que disputam. As instituições existem justamente para que os homens se sucedam no poder sem que as balizas que nos orientam sejam derrubadas. Esse já foi um dia um norte da imprensa brasileira, quase sem exceções. Hoje, os áulicos e candidatos a tanto contaminam o ambiente com sua tese da maximização da vontade popular: se o governante tem a maioria, então faz o que bem entende — e isso inclui esmagar a minoria. Ora, tão importante na democracia quanto o governo da maioria é o respeito à minoria que lhe dá legitimidade. Mas será mesmo isso o que quer o PT?

Hora de perceber a gravidade da questão e de ter uma reação correspondente — nem que seja, reitero, para mobilizar os poucos e bons. Assim me expresso apenas para encarecer o momento já que, de fato, são milhões os brasileiros que não estão dispostos a ceder a Lula e ao PT os seus direitos constitucionais. Fossem apenas os 300 de Esparta, então se deveria lutar com eles. Mas há muito mais gente do que isso pronta para resistir.

CHEGOU A HORA DE A CAMPANHA DA OPOSIÇÃO ENTRAR NO “MODO DA RESISTÊNCIA INSTITUCIONAL”. É PRECISO CHAMAR LULA ÀS FALAS. TALVEZ ISSO CUSTE AINDA MAIS VOTOS. PARA O VALOR QUE SE QUER E QUE SE TEM DE PRESERVAR, ELES NÃO FAZEM FALTA.

Perder a eleição é do jogo. Não dá é para perder a vergonha!

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo