domingo, 12 de setembro de 2010

Brasília ou Lulília?




Não tenho assistido ao horário político, por preguiça e por estar cansado das mesmas lorotas, da empulhação que se tornou regra entre os candidatos. Serra, ao meu ver, perdeu a chance de derrotar a máquina governamental petista, quando não atacou francamente o presidente Lula, revelando os oito anos de (des) governo, em que o Estado foi aparelhado para estar permanentemente a serviço do PT, não do país.


Por muito menos, uma reforma na Casa da Dinda e um Fiat Elba à época, Fernando Collor foi cassado, com o aval do próprio PT e de Lula. Depois do Mensalão, das denúncias comprovadas pela CPI e pelo dep. Roberto Jefferson; depois de uma rede de corrupções que vai até o Palácio do Planalto, nada foi feito. Uma oposição medrosa, serviçal e omissa tem permitido que o crime organizado se institucionalize desavergonhadamente no Governo Federal. Interessante que o próprio Fernando Collor é um dos atuais aliados de Lula e Dilma. Interessante...

Lula tem dado mostras do que veio e porque veio. Não quer largar o osso e conta com a complacência suicida da oposição, que nem mesmo sabe o que fazer, muito menos como fazer. No fundo, o Brasil é um país em que mudam-se as legendas, mas os políticos são os mesmos, marxistas em maior ou menor grau, mas sempre marxistas; seja ativa ou passivamente em atitudes truculentas, imorais, desprezíveis e malignas como as de Lula e, provavelmente, Dilma (o "frankestein" criado pelo "cientista louco e megalômano"), ou pela omissão, pelo medo, pela falta de vergonha e pela imoralidade daqueles que se aliam (ainda que intelectualmente) com o perversão petista, diga-se, comunista.

Em breve, seremos a reedição do país de Hugo Chaves; que imita o seu mentor Fidel Castro; o qual, por sua vez, seguiu os passos de Lénin, Stálin, Mao... Lula não vê a hora de estar nesse "seleto" grupo de ditadores e assassinos, talvez a tempo de mudar o nome de Brasília para Lulília. Mas, deixa prá lá! Para que Lula iria querer uma cidade se pode ter um país? Pensando bem, por que não o mundo?

Transcrevo a seguir o texto do Reinaldo Azevedo. É um alerta para um país sem oposição; e que perdeu completamente a vergonha... o pudor.

Fernando Isidoro


CHEGOU A HORA DE A CAMPANHA DA OPOSIÇÃO ENTRAR NO “MODO DA RESISTÊNCIA INSTITUCIONAL”. É PRECISO CHAMAR LULA ÀS FALAS!

Por ReinaldoAzevedo


A gravidade das violações de sigilo na Receita Federal subiu estupidamente de patamar depois da fala de ontem de Lula, no Rio Grande do Sul. Ela pede uma reação enérgica da oposição — e não cabe nem mesmo o cálculo se uma resposta à altura dá ou tira votos. Estou convencido, sem prejuízo de o tucano José Serra continuar a apresentar suas propostas, de que a campanha da oposição entra no que eu chamaria “Modo de Resistência Institucional”. Ontem, Lula usou a sua popularidade para pedir carta branca à sociedade para fazer o que bem entende. É preciso dizer com todas as letras: ONTEM, LULA REIVINDICOU O DIREITO DE DAR UM GOLPE DE ESTADO, tendo, circunstancialmente, as urnas como arma.

Se alguma dúvida havia sobre o compromisso de Lula com a democracia, ela se desfez ontem. Não tem compromisso nenhum! Está evidenciado que ele a usa como arma tática e que a escalada petista supõe a desconstrução do estado de direito conforme nós o conhecemos. É a Constituição da República Federativa do Brasil que está sendo fraudada com as invasões de sigilo. Um órgão do Estado, a Receita Federal, converteu-se, como tem deixado claro o notável trabalho de reportagem do Estadão, em instrumento de luta de um partido político. E tudo caminha para que mais esse crime reste impune.

Sim, agora é preciso entrar no MODO DE RESISTÊNCIA INSTITUCIONAL. E o próprio presidente Lula — pouco importa se sua popularidade atingiu 8795%, segundo a última medição Vox Diaboli — tem de ser chamado às falas. Ele passou de todos os limites. Ontem, comentando a questão da invasão de sigilos — e ele estava numa solenidade em que falava como presidente! — afirmou que “Serra precisa saber que eleição a gente ganha convencendo os eleitores a votar na gente, não tentando convencer a Justiça Eleitoral a impugnar a adversária”. Para Lula, “isso já aconteceu em outros tempos, na ditadura militar.” E recomendou: “Na democracia, o senhor Serra que vá para rua, que melhore a qualidade de seu programa [de TV]“. Lula classificou ainda o episódio — a violação da Constituição — de “futrica menor”.

O sr. Lula precisa saber que, na democracia, “a gente convence o eleitor a votar na gente” segundo regras — todas aquelas que o PT tem desrespeitado sistematicamente. Na democracia, a gente “vai para a rua” não para pisotear as leis, mas para pedir a sua efetiva aplicação. Método típico de uma ditadura é fraudar o sigilo fiscal e bancário de adversários. Método típico de uma ditadura é organizar bunkers de bandidos para produzir dossiês. Método típico de uma ditadura é querer criar constrangimentos morais para que as pessoas exerçam o direito, também ele constitucional, de recorrer à Justiça. Método típico de ditadura é considerar a violação da Constituição mera “futrica”.

Toda essa baixeza merece uma resposta à altura das instituições que ela fere. Não estou entre aqueles, mesmo!, que consideram que a eleição já está decidida e coisa e tal. Já disse os motivos e não vou repisá-los. Mas acho que essa questão, agora, ficou menor. Outro valor mais alto se alevanta. Se o custo de a oposição dizer o que tem de ser dito — QUE O PRESIDENTE LULA, NA PRÁTICA, PROTEGE CRIMINOSOS AO DAR DECLARAÇÕES COMO A DE ONTEM — for perder votos, que assim seja. Com quantos a democracia e o estado de direito, VIVIDOS NA PRÁTICA, podem contar? Pois que a causa siga com estes bons. Bento 16 afirmou certa feita, não com estas palavras, mas o sentido era este, que a Igreja se fortalece recuperando a dimensão de sua fé, não condescendendo com valores que lhe são estranhos; a sua permanência está nos valores de sua doutrina, ainda que isso lhe custe perder os fiéis… infiéis. Exato!

As lideranças do país que deploram a contínua violação da Constituição, das leis e do decoro têm apenas um caminho: voltar ao livro-texto da democracia e do estado de direito e repudiar, sem meias-palavras, o discurso irresponsável de Lula. Sua popularidade não lhe dá o direito de jogar a Carta que nos rege — ou deveria nos reger — no lixo. O regime democrático não se define apenas pela realização das eleições. Elas são um dos instrumentos do exercício da soberania popular. O sufrágio universal não elege ditadores, mas procuradores do estado de direito.

Indignidade A reação tem de ser dura, severa, clara. E saiba a oposição: enfrentará, à diferença de outros tempos, a maledicência até de setores da própria imprensa, que passaram a chamar a Justiça de “tapetão”, em mais um claro sintoma da degradação de valores que está em curso. Trata-se de uma óbvia indignidade. A maioria que o PT teria hoje nas urnas, segundo esse raciocínio, permitiria, então, a esses majoritários fraudar as próprias leis que legitimam o pleito que disputam. As instituições existem justamente para que os homens se sucedam no poder sem que as balizas que nos orientam sejam derrubadas. Esse já foi um dia um norte da imprensa brasileira, quase sem exceções. Hoje, os áulicos e candidatos a tanto contaminam o ambiente com sua tese da maximização da vontade popular: se o governante tem a maioria, então faz o que bem entende — e isso inclui esmagar a minoria. Ora, tão importante na democracia quanto o governo da maioria é o respeito à minoria que lhe dá legitimidade. Mas será mesmo isso o que quer o PT?

Hora de perceber a gravidade da questão e de ter uma reação correspondente — nem que seja, reitero, para mobilizar os poucos e bons. Assim me expresso apenas para encarecer o momento já que, de fato, são milhões os brasileiros que não estão dispostos a ceder a Lula e ao PT os seus direitos constitucionais. Fossem apenas os 300 de Esparta, então se deveria lutar com eles. Mas há muito mais gente do que isso pronta para resistir.

CHEGOU A HORA DE A CAMPANHA DA OPOSIÇÃO ENTRAR NO “MODO DA RESISTÊNCIA INSTITUCIONAL”. É PRECISO CHAMAR LULA ÀS FALAS. TALVEZ ISSO CUSTE AINDA MAIS VOTOS. PARA O VALOR QUE SE QUER E QUE SE TEM DE PRESERVAR, ELES NÃO FAZEM FALTA.

Perder a eleição é do jogo. Não dá é para perder a vergonha!

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

ÉTICA DO INTELECTUAL BRASILEIRO OU: COMO TORNAR-SE UMA PESSOA MARAVILHOSA

Por Olavo de Carvalho

DESEJANDO ARDENTEMENTE ser admitido em rodas de intelectuais, pus-me a estudar os temas e a linguagem das publicações culturais e das entrevistas que as pessoas reconhecidamente letradas davam na TV. Meu intuito era saber os gostos e hábitos dessa gente, sem cuja companhia e aplauso a vida humana é, como todo mundo sabe, um tédio, um saco, um inferno. Após alguns meses de investigação, consegui delinear um quadro de normas de conduta, que ponho aqui à disposição de todos os que, como eu, somem a uma atração mágica pêlos círculos de gente fina uma vocação incoercível de alpinista social. Aqui encontrarão a fórmula que abre as portas da admissão no grande mundo das pessoas belas e significativas, longe da opacidade cinzenta doanonimato.

Mas não pensem que se trata de um modelo rígido, de um conjunto de fórmulas prontas que qualquer um possa ir copiando sem a menor criatividade. O que importa é aqui menos a adesão expressa a uma tábua de mandamentos conhecida, como o "politicamente correto" dos americanos, do que um tom, um jeito, um estilo sutil pelo qual a intelectualidade reconhece seus membros típicos e os distingue dos indesejáveis, penetras, bicões e caretas de toda sorte. Ao ler os preceitos que se seguem, trate de ir além da letra e captar, como se diz, o espírito da coisa.

O tom certo é queixoso, de modo geral, contra a sociedade e contra a realidade, mas não pode cair no negativismo completo e deve permanecer soft o bastante para poder fazer coro com as campanhas da ética e da cidadania, que requerem um certo otimismo — aquele otimismo capaz de levar as várias classes a se congraçarem para promover fraternalmente a luta de classes. Você não deve falar mal de ninguém, exceto daqueles que a imprensa reservou especialmente para esse fim: Collor, Maluf, Quércia, Ricardo Fiúza, os empreiteiros.1

As demais pessoas famosas devem ser sempre mencionadas como portadoras de qualidades excelsas, de preferência mediante o uso das expressões "pessoa maravilhosa", "um ser humano muito especial", etc. De maneira nominal e individualizada, tais expressões aplicam-se a figuras do show business dos negócios ou da vida cultural, principalmente aquelas que você nunca viu mais gordas mas das quais todo mundo diz essas coisas. De maneira impessoal e coletiva, e a uma higiênica distância em caso de mau cheiro, aplicam-se aos pobres e às vítimas, categoria que compreende os meninos de rua, os sem-terra, os índios, os garotos e garotas de programa, os líderes do Comando Vermelho, as mulheres em geral e sobretudo aquelas que estão doidinhas para abortar, os cantores negros que vendem cinco milhões de discos, os gays e lésbicas, o Betinho, o candidato presidencial Luís Inácio Lula da Silva e alguns bicheiros cuja origem popular conta mais do que seus saldos bancários; excluem-se dela, porém, aqueles pentelhos que querem tomar conta do nosso carro e, de modo geral, os pedintes (os letrados sempre foram contra dar esmolas na rua; antes, porque atrasava a revolução; agora, porque acham um acinte esses sujeitinhos apelarem à caridade individual e apolítica dos transeuntes, boicotando a campanha do Betinho)2.

1 Parreira foi excluído desta categoria, in extremis, pela intervenção miraculosa de Roberto Baggio na cobrança do derradeiro pênalti.

2 A ojeriza dos intelectuais à caridade extra-oficial parece ter contaminado a opinião pública em geral: uma pesquisa da TV Globo, transmitida no Fantástico em novembro de 1995, indicou que 91% dos habitantes do Rio e de São Paulo são contra o hábito de dar esmolas. Longe de mim supor que toda essa gente cristianíssima prefira apenas conservar o dinheiro no próprio bolso. As razões que fundam sua atitude devem ser de alta moralidade e profunda sociologia. O único risco a que esses cristãos se expõem e que no Juízo Final o Cristo lhes diga: “Tive fome e mandastes-me ao Betinho. Betinho sei quem é, mas a vós não conheço."

Se por acaso você está na frente de uma câmera de TV, não há limites para o emprego da expressão "pessoa maravilhosa": mas se lhe ocorre usá-la com relação a alguém que nunca foi chamado assim, faça isso logo, antes que o próximo entrevistado o faça.

2. Se entrar numa disputa verbal, exponha suas crenças com forte convicção, mas não caia na esparrela de tentar provar que são verdadeiras. Caso você não o consiga, será considerado um chato e prolixo. Caso consiga, será odiado como um intolerante e dono da verdade. Sobretudo não use argumentos lógicos de espécie alguma, porque são considerados autoritários e repressivos. Experimente alguma coisa mais liberal e progressista, como levantar a voz, fazer caretas e dar pulinhos como José Celso Martinez Correia ou fazer chantagem emocional, que são considerados meios legítimos e democráticos de persuasão. Caso falhem, recorra à programação neurolingüística, à hipnose ou a alguma outra forma de manipulação subliminar, que são todas bem aceitas pela comunidade educada como instrumentos adequados para fomentar a autenticidade nas relações humanas. Qualquer que seja o caso, repita várias vezes, durante performance o mote: "Não há verdades absolutas", e verá que esta idéia deixa as pessoas muito felizes e aliviadas, mesmo porque elas se sentiriam arrasadas caso topassem com alguma verdade que se recusasse a mudar conforme os seus desejos.

Se tiver encantos físicos, use-os abundantemente em defesa de suas teorias: eles são um dos mais fortes argumentos entre as pessoas cultas. Se não conseguir persuadir ninguém, pelo menos adquirirá uma fama de sedutor palavra que, embora designe um crime previsto no Código Penal (Art. 217), se tornou, talvez por isto mesmo, um dos mais altos elogios que se pode fazer a alguém nos círculos intelectuais.

3. Quaisquer idéias conservadoras ou que tenham a fama de sê-lo devem ser sempre tratadas como preconceitos, por mais conceptualmente elaboradas que sejam — de modo que a palavra preconceito deixe de designar de modo genérico qualquer julgamento proferido por hábito irrefletido e passe a rotular determinadas idéias em particular, isto é, aquelas que não são muito apreciadas nesse ambiente seleto. Se você aprender a usar direitinho a palavra preconceito logo as pessoas passarão a concordar automaticamente com tudo o que você disser, pois têm horror a preconceitos.

3. Identifique logo a minoria discriminada a que pertence — pois todo mundo pertence a alguma — e exiba-a como um cartão de ingresso: ela dá direito a ser bem recebido neste círculo. Não venha com essa de que não tem nenhuma. Se você não é preto, nem gay, nem judeu, nem baixinho, nem gordo, nem índio, deve pelo menos ter peru pequeno. Não precisa sair contando isso para todo mundo; diga apenas que pertence à categoria dos fisicamente prejudicados termo recém-desembarcado que impõe o maior respeito.

4. Qualquer que seja a posição social e a origem das riquezas do falante, ele deve dar a impressão de que teria tudo a ganhar e nada a perder com uma revolução comunista. O socialite, pois que os há de montão entre os intelectuais, deve sempre deixar crer que está mais solidário com os sem-terra do que com os seus colegas de diretoria do banco.

5. Quando se trate de manifestações culturais, elas devem expressar, sobretudo, essa gama de sentimentos coletivos, e nada dizer ao público com que ele já não esteja disposto a concordar de antemão. Mas é importante dar a essa pasta homogênea de opiniões concordantes um status de heresia, de desvio, de marginalismo original e não-conformista, para que os ouvintes e espectadores possam todos sentir-se heréticos também, já que a coisa que mais faz um sujeito se sentir solitário e abandonado hoje em dia é ver-se fora da categoria dos excluídos.

6. Em matéria de sexo, deve-se falar a mesma coisa que todo mundo, mas dando sempre a impressão de ser o primeiro a faze-lo, de estar rompendo as regras estabelecidas e desafiando com incalculável ousadia a ira do convencionalismo repressor. Se tiver de admitir que é heterossexual, faça-o com discrição. Se mencionar a Aids, que seja num tom de vaga revolta contra o establishment. Caso sinta firmeza, diga algumas palavras contra o Papa, que não deixou nossas mães nos abortarem, o safado.

7. Se alguém lhe perguntar sua religião, opte por uma destas:

• Duendes.

• Nenhuma.

• Afro.

• New Age (importada ou nacional).

• Lair Ribeiro.

• Satanismo light.

Não caia jamais na besteira de dizer que é católico, exceto se tiver fama de comunista, pois aí essa opção extravagante será bem acolhida por todos como saudável manifestação de hipocrisia. Muito do prestígio do Lula provém de as pessoas acharem que ele só é católico por conveniência.

8. Quando puxarem a conversa para o lado literário e citarem alguma obra que você não conhece, afirme resolutamente que ela rompe com as convenções do gênero. Você agradará a todos e não terá a menor possibilidade de errar, pois há meio século não se publica no Brasil uma obra que não rompa novamente com alguma convenção literária do tempo de Walter Scott.

9. No visual, você deve passar uma impressão de saúde, bem-estar e riqueza dignos de uma autêntica pessoa maravilhosa ao mesmo tempo que em palavras sugere ser uma vítima de um mundo mau e sem sentido, onde um Deus maligno nos abandonou sem outro socorro além das camisinhas e da campanha do Betinho.

10. Se lhe perguntarem de economia e política diga uma destas três coisas, ou, melhor ainda, todas elas:

• "Sou contra a privatização, mas isto não quer dizer que seja a favor da estatização."

• “O socialismo faliu e a solução para o Brasil é o PT”.

• “O importante é que o movimento da massa não termine em pizza”.

Extraído do livro "O Imbecil Coletivo 1", de Olavo de Carvalho

[Texto recebido por email]


MEU COMENTÁRIO:

Sem comentários. Texto excelente! Que mostra o estado de degradação e involução do homem, ao desprezar a lógica, o raciocínio e intelecto que Deus nos deu. De maneira geral, estamos abandonados à lobotomia esquerdista, que torna os homens em acéfalos, e suas vidas, em um poço putrefado e fétido, onde moral e ética não passam de detalhes, de um exercício baixo para se esmerar em ser o pior que se pode ser.

Se há buracos com fundos, esse não tem fundo. Nem se é possível sobreviver a ele mantendo-se a dignidade e algum senso de esperança. Pois a esperança encontra-se apenas em rejeitar essas proposições, e não permitir que elas vinguem.

sábado, 24 de julho de 2010

PT e suas ligações imorais com o crime organizado

Recebi a indicação do vídeo abaixo, em que estão mais do que provadas as ligações escusas, imorais e insidiosas entre o PT e o crime organizado, mais especificamente com os guerrilheiros da Farc, amigos íntimos e aliados do também amigo íntimo e aliado do Lula, Hugo Chaves.

É de estarrecer como o Brasil se sujeitou e ainda se sujeita à escória, os marxistas, que se dizendo a favor da igualdade e da justiça apoiam descaradamente criminosos que sequestram, matam, violentam, e arregimentam crianças, obrigando-as a lutar e morrer por sua causa nefasta.

"Intelectuais" como Emir Sader, Frei Beto, Leonardo Boff, Ariosvaldo Ramos, Robinson Cavalcanti, Chico Buarque, Roberto Da Mata, e tantos outros, proclamam-se a favor da "paz", mas estão comprometidos verdadeiramente com o assassínio, com a crueldade, com a tortura, com a humilhação, com a desgraça humana, enquanto saboreiam seus whiskes e canapés assistindo a um filme do Godard; são testemunhas do sangue a escorrer por becos e vielas das favelas, assim como pelas avenidas e boulevares da zona sul brasileira; crimes cometidos pelos traficantes, parceiros "comerciais" da Farc e de outros grupos terroristas espalhados pela A.L.

Por trás deles, os Castros, Evo Morales, Hugo Chaves, Lula e o PT.

O sangue está a escorre por suas mãos, e querem mais, muito mais.

Para esses "canalhas", moral não existe. Ética, é uma piada sem graça. Para eles o que vale é o poder a todo custo, mesmo que para isso tenham de mentir, expropiar e matar o que resta da alma, fazendo do homem um número escrito a lápis no papel. Se não se apagar o número, rasga-se a folha.



terça-feira, 13 de julho de 2010

O Desarmamento e a Segurança dos Bandidos


por Archimedes Marques

Vivemos em um país em que muitas vezes os valores se invertem e, nessa espécie de guerra urbana e social contra a violência diária, contra a marginalidade que cresce assustadoramente, contra a criminalidade que aumenta gradativamente a todo tempo em todo lugar, comprova-se que o Estado protetor mostra-se ineficiente para debelar tão afligente problemática e por isso teima em produzir programas emergentes que surgem e insurgem sem atingir os seus reais objetivos. Um deles, pelo menos até agora, ao invés de proteger a sociedade deu maior segurança aos bandidos, ou seja, inverteu os seus valores.

O projeto desarmamento estudado e executado pelo Governo Federal desde 2003, contra a vontade popular, demonstra ser no âmago do seu curso uma ação derrotada e inócua que age infrutuosamente na tentativa de reduzir a criminalidade no país e deixa cada vez mais a população órfã de proteção.

Enquanto a população brasileira foi literalmente desarmada por conta do Estatuto do Desarmamento, a bandidagem está cada vez mais armada. Enquanto foi tolhido o direito do cidadão de se defender do bandido com a proibição de sequer possuir uma arma de fogo em sua própria casa sem passar por extrema burocracia, o bandido por sua vez, facilmente consegue armas até mesmo com alto poder de fogo, para se defender da Polícia, atacar o povo e ferir a ordem do país.

É fato presente que o chamado crime organizado, pernicioso organismo que alimenta o tráfico de drogas, criminosos perigosos e contumazes, quadrilhas de assaltantes, consegue transitar e abastecer a marginalidade com armamento privativo das forças armadas, tais como: Metralhadoras, fuzis, bazucas, morteiros, granadas, ou mesmo outras mais usadas a exemplo das escopetas, pistolas e revolveres. Essas armas provindas de diversas nacionalidades ingressam pelas nossas gigantescas e mal guarnecidas fronteiras e chegam às mãos dos bandidos de maneira inexplicável.

Retirar as armas de fogo das pessoas de bem foi muito fácil, pois essas pessoas, não sendo marginais, logo cumpriram a Lei e depuseram suas armas com a esperança de que a violência fosse realmente estancada, contudo ainda não foi, muito pelo contrário, aumentou substancialmente, pois o desafio da Polícia em desarmar os bandidos parece ser intransponível. Quanto mais se prendem os marginais armados mais armas aparecem em poder de outros e até dos mesmos quando são postos em liberdade pela Justiça.

Os fatos violentos e corriqueiros ocorridos nos quatro cantos do país demonstram que os discursos e as noticias desarmamentistas para justificar o suposto sucesso do plano e iludir o povo parecem ser apenas meras cortinas de fumaça, tendo na linha de frente a diminuição dos homicídios eventuais por desavença ou domésticos, perpetrados nas comunidades por meio de arma de fogo a querer encobrir o recrudescimento da criminalidade dos outros tipos penais. Vale lembrar também que apesar de ter diminuído os índices de homicídios cometidos via arma de fogo nos casos citados, aumentou substancialmente os índices do mesmo crime perpetrados por arma branca ou outros meios, comprovando então, que o cidadão quando quer, mata o seu desafeto de qualquer jeito.

Assim, o povo vive acuado, desarmado e preso por grades, cercas elétricas, alarmes, nas suas próprias residências e, os diversos criminosos andam soltos nas ruas a caça das suas vítimas, aumentando de forma geométrica o número de latrocínios, roubos e sequestros em todos os lugares.

A Polícia por mais diligente que seja, em virtude da falta de contingente adequado, de uma maior estrutura, de uma melhor organização, de um verdadeiro incentivo com salários condizentes aos seus membros, não consegue romper tais obstáculos e sempre é considerada culpada erroneamente por inoperância pela nossa sociedade como se fosse a única responsável por tal situação.

Atacam-se carros blindados com armamento potente, derrubam-se helicóptero com tiros de fuzis ou metralhadoras antiaéreas, inúmeros assaltos se valem de armas de guerra no país inteiro, policiais são frequentemente mortos no labor das suas funções por criminosos possuidores de armas poderosas adquiridas no câmbio negro do crime organizado.

O cidadão nas ruas literalmente virou um alvo em determinados locais. Um alvo que tem que ser um maratonista, velocista, contorcionista, trapezista e até mágico para se esquivar das balas perdidas. Um alvo que tem que optar por dar apoio aos traficantes de drogas sob pena de morte. Um alvo no seu veículo ultrapassando os sinais de transito e recebendo multas para não ser seqüestrado ou assaltado e morto. Um alvo desarmado sem direito a defesa própria contra o marginal sempre bem armado. Um alvo que tem que contratar segurança particular para sobreviver. Um alvo que ainda tem que agradecer ao criminoso por apenas lhe levar seus bens materiais. Um alvo esperando sempre que apareça algum policial para lhe salvar.

O desarmamento veio para o seio da sociedade brasileira como uma ação insidiosa de tirar-lhe o direito de defesa própria e da sua família ao mesmo tempo em que deu total segurança ao bandido de fazer o que quiser com a sua vulnerável vítima.

O estatuto de Desarmamento não deu e não dará certo enquanto não tivermos uma séria e efetiva política de combate ao crime organizado, enquanto não colocarmos atrás das grades os grandes traficantes de armas e drogas, enquanto não prendermos as pessoas inescrupulosas que dão suporte e proteção aos traficantes e enriquecem sob o julgo desse crime, enquanto não consigamos enfim proteger as nossas fronteiras desses criminosos fazendo com que não mais entre armas no nosso país.

Enquanto isso não acontece, para concluir o texto, faço minha as sábias palavras do Ministro aposentado do Superior Tribunal Militar, FLÁVIO BIERREMBACH, hoje advogado e escritor:

“Desarmar as vítimas é dar segurança aos facínoras”...

"O cidadão de bem tem o direito de possuir uma arma para se defender dos criminosos"...

"Os bandidos já se sentem muito mais seguros para atacar os pobres, os trabalhadores e os homens de bem, porque sabem que provavelmente irão enfrentar pessoas desarmadas"...

“Uma sociedade em que apenas a polícia e os facínoras podem estar armados não é e nem será uma sociedade democrática"...

Autor: Archimedes Marques (delegado de Policia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela Universidade Federal de Sergipe)
archimedes-marques@bol.com.br


MEU COMENTÁRIO:

A questão do desarmamento do cidadão brasileiro faz parte da política marxista de, em médio prazo, causar o caos social, de tal forma que seja necessária uma intervenção militar e a instalação de um governo ditatorial de esquerda. Não foi o que aconteceu na Venezuela sob as ordem de Hugo Chaves?

Se atentarmos para os detalhes de que Lula é amigo íntimo dos Castros, de Evo Morales e Chaves, entre outros títeres, cujos governos foram e ainda são abastecidos pelo crime organizado, o qual equipa e supri as necessidades de grupos guerrilheiros como as Farc, Sendero Luminoso e outros de esquerda (o MST, apesar de abastecido com o dinheiro dos cidadãos, via Governo Federal, também recebeu e recebe “sustento” do crime organizado], com o único intuito de transformar a América Latina numa ex-URSS.

Por isso, Lula faz vistas grossas ao crime organizado, especialmente o narcotráfico, e, de certa forma, o tem favorecido com suas políticas públicas de não-segurança, não-aparelhamento e não valorização das polícias e das Forças Armadas, sucateando-as e retirando gradativamente os opositores dos postos-chaves, com o único objetivo de enfraquecê-las e torná-las incipientes diante das facções criminosas. Enquanto os bandidos se vêem livres para operar segundo os seus interesses e os dos grupos esquerdistas a eles associados, sem qualquer constrangimento. A prova disso está no reconhecimento aos guerrilheiros e criminosos da Farc pelo Foro de São Paulo; o apoio ao golpista Zelaya em Honduras; o apoio insano ao lunático presidente do Irã, Ahmadinejad; e a guarita e cobertura dadas ao guerrilheiro-criminoso italiano Battisti.

Você duvida? Então, espere e verá! Pois a maneira mais “inteligente” do marxismo ocupar o lugar que tanto almeja, somente é possível pela democracia. Uma vez conquistado o seu “direito”, os demais têm os seus usurpados, instala-se o totalitarismo, e todos os que colaboraram com o fim de se atingir a supremacia e o poder absoluto estatal em nome de uma minoria [igrejas, ong’s, associações de bairro, sindicatos, minorias, etc] serão perseguidos e eliminados. Assim como aconteceu na URSS sob o regime de Lénin e Stálin, na China de Mao, na Cuba de Fidel, e por aí afora.

Basta olhar para a história e avaliá-la sem as lentes reducionistas da ignorância para se perceber que o mesmo processo que culminou com a morte de milhões de pessoas está muito próximo de se reeditar por aqui, abaixo do Equador.

O texto do Dr. Archimedes Marques é um alerta ao estágio de abandono que nos foi imposta pela mentalidade supostamente benigna do marxismo, via PT e o governo Lula. Porém, o câncer, se não destruído a tempo, mata, irreversivelmente.

Fernando Isidoro


terça-feira, 22 de junho de 2010

Comunismo X Nazismo - O charlatanismo de esquerda

José Maria e Silva
silvajm@uol.com.br


Ao traduzir e apresentar a obra do anticomunista francês Alain Besançon, o sociólogo Emir Sader, um dos mais destacados intelectuais da esquerda brasileira, prova que Olavo de Carvalho tem razão: o pensamento único brasileiro não é neoliberal é marxista.

José Maria e Silva

Muito utilizada nos círculos intelectuais de esquerda, a expressão pensamento único é, ao mesmo tempo, uma meia-verdade e uma mentira e meia. Existe, de fato, um pensamento único no Brasil, mas não se trata do neoliberalismo como afirma a esquerda e, sim, do próprio discurso marxista que há muito substituiu as religiões e tornou-se, ele próprio, a principal ideologia do capitalismo. Portanto, quando a esquerda diz que há um pensamento único e que esse pensamento único não é outro senão o neoliberalismo, ela não se contenta em dizer uma meia-verdade conta uma mentira e meia. A meia-verdade ainda é uma fraqueza e limita-se a negar a realidade que se esfrega em seu nariz. Já a mentira e meia distorce a realidade de um modo tão completo que já não precisa esconder-se da verdade pode mesmo empinar o nariz ante os fatos que gritam. É, aí, que a mentira deixa de ser fraqueza para ser perversidade.

O materialismo científico de Karl Marx esse, sim, o verdadeiro pensamento único a imperar no Brasil foi edificado, em grande parte, sobre uma falsificação mesquinha do mundo. Todo o marxismo verdadeira profecia capitalista da era moderna funda-se numa distorção da realidade; bem-intencionada por parte de muitos, mas profundamente maléfica para todos. É o que vem mostrando muitas vezes, irrefutavelmente o filósofo brasileiro Olavo de Carvalho, uma das raras dissonâncias no desconserto desse pensamento único, que não só desconcerta desmantela o mundo. Em troca desse serviço que presta ao país, Olavo de Carvalho tem sido tratado pela esquerda como um cão hidrófobo da direita, que não pensa, baba, e, quando escreve, morde. Obnubilados pela fé inquebrantável no Capital, os marxistas se recusam até mesmo a ler Olavo de Carvalho, apesar de se arvorarem a criticá-lo. Com isso, privam-se de uma das penas mais elegantes do país, que, mesmo se não fosse o filósofo que é, já seria um grande escritor o que, em qualquer país, mesmo na França visceralmente marxista, já seria motivo de apreço.

Todavia, como a mentira não é eterna (mesmo quando tem as pernas longas do marxismo), coube a um empedernido marxista provar que Olavo de Carvalho tem razão. O sociólogo Emir Sader, doutor em ciência política pela USP e professor de sociologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, acaba de demonstrar em teoria e prática que o comunismo é mesmo uma chaga moral. A prova está na orelha do livro A Infelicidade do Século, do francês Alain Besançon, que trata do comunismo e do nazismo. Publicada no ano passado pela Editora Bertrand Brasil, a obra foi traduzida por Emir Sader, que também é o autor da apresentação publicada na orelha do livro. Esse fato, por si, gera um primeiro espanto Alain Besançon, antigo discípulo de Raymond Aron, é, hoje, um dos principais críticos do comunismo na Europa, enquanto Emir Sader é talvez o mais eminente gramsciano do cenário intelectual brasileiro. Mas, quando se lê atentamente a orelha, esse espanto inicial se desfaz. Fica evidente que o comunista brasileiro só se interessou pelo livro do anticomunista francês chegando a traduzi-lo e apresentá-lo porque o livro é quase um mea culpa de Besançon em relação ao comunismo.

Segundo Emir Sader afirma na orelha do livro, A Infelicidade do Século nasceu da preocupação de Besançon com uma grave injustiça que a história perpetra contra o comunismo enquanto surgiram muitas obras imputando [ao comunismo] uma série de crimes , afirma Sader, os crimes do nazismo, de alguma forma, foram exorcizados ou ficaram relativamente neutralizados na memória histórica . Pelo que se vê da leitura do texto de Sader, foi essa nefasta distorção da história a minimizar a crueldade comprovada do nazismo contra a suposta crueldade do comunismo que fez Alain Besançon esquecer suas divergências com a esquerda e escrever A Infelicidade do Século. Até porque, continua interpretando Sader, Besançon se viu diante de uma diferença crucial entre o comunismo e o nazismo, que os torna incomparáveis contra o comunismo, há livros de seus adversários; contra o nazismo, há os cadáveres de suas vítimas. Emir Sader reforça essa diferença moral que Besançon vê entre ambos lembrando que o comunismo foi protagonista dos enfrentamentos centrais da segunda metade do século e que o nazismo teve seus efeitos reduzidos pelo sofrimento do povo palestino .

Todavia, qualquer estudante secundarista que ler A Infelicidade do Século vai-se sentir tentado a rasgar as orelhas do livro perpetradas pelo sociólogo Emir Sader a apresentação que o comunista brasileiro faz da obra é uma deslavada mentira. E quem o desmente já na primeira página da obra é o próprio autor dela. Depois de afirmar que a consciência histórica parece, hoje, sofrer gravemente de falta de unidade e que o comunismo e o nazismo são gêmeos heterozigotos (expressão que busca em Pierre Chaunu), Alain Besançon resolve voltar a esse tema que ele confessa doloroso a capacidade de matar, com frieza e razão, entre o método e o sadismo, ainda por cima em nome de um ideal, que o comunismo e o nazismo inauguram na história humana. Besançon enfatiza que o comunismo e nazismo se dão o direito e mesmo o dever de matar, e o fazem com métodos que se assemelham, numa escala desconhecida na história .

E foi sobretudo por sabê-los iguais na crueldade praticada mas diferentes na memória estabelecida que Alain Besançon escreveu A Infelicidade do Século. É o que ele próprio afirma, também no início da obra, desmentindo cabalmente Emir Sader: A memória histórica, no entanto, nos os trata [ao comunismo e ao nazismo] de forma igual. O nazismo, apesar de completamente desaparecido há mais de meio século, é, com razão, objeto de uma execração que não diminui com o tempo. A reflexão horrorizada sobre ele parece até aumentar a cada ano em profundidade e extensão. O comunismo, em compensação, apesar de mais recente, e apesar, inclusive de sua queda, se beneficia de uma amnésia e de uma anistia que colhem o consentimento quase unânime, não apenas de seus partidários, pois eles ainda existem, como também de seus inimigos mais determinados e até mesmo de suas vítimas. Nem uns nem outros se acham com direito de tirá-lo do esquecimento . Besançon lembra, inclusive, que, às vezes, o caixão de Drácula se abre , mas o escândalo dura pouco e o caixão se fecha novamente. Foi o que ocorreu, segundo ele, quando da publicação do Livro Negro do Comunismo o escândalo dos 85 milhões de vítimas do comunismo durou pouco, mesmo a cifra permanecendo sem ser seriamente contestada.

Com a orelha que escreveu para A Infelicidade do Século, o sociólogo Emir Sader o Emir dos Crentes , na expressão do ensaísta Meira Penna passa a constituir-se na prova irrefutável de que Olavo de Carvalho está coberto de razão existe mesmo o império absolutista de esquerda no cenário intelectual brasileiro. Em que outro lugar do universo, um intelectual respeitado teria a coragem de mentir deslavadamente sobre um determinado livro na orelha deste mesmo livro? Só se fosse um completo alienado, disposto a não se importar com o juízo que o leitor faria dele ao cabo da leitura da obra. Mas como o sociólogo Emir Sader deve estar em seu juízo perfeito (já que se trata de um dos mais respeitados intelectuais da esquerda brasileira, com artigos publicados no exterior), a distorção que ele faz da obra só pode ser consciente. E, sendo consciente, revela uma inacreditável autoconfiança ele estava certo de que não seria pego em flagrante delito intelectual. Como membro da cúria intelectual de esquerda, Emir Sader confia na credulidade dos sacristãos de Marx pelo país afora e sabe que, mesmo se for denunciado por um Olavo de Carvalho ou por um Meira Penna, não lhe será difícil exorcizá-los como serpentes capitalistas a imiscuírem-se na fé do comunismo edênico. Só isso pode explicar tamanho desrespeito à inteligência alheia.

É impossível que a interpretação feita por Emir Sader na orelha do livro seja um equivoco ela só pode ser um embuste. Ao contrário do pensamento de esquerda que se esconde num estilo abstruso para melhor embair o leitor o pensamento de Alain Besançon é límpido. Ele sustenta que o comunismo e o nazismo buscavam mudar, agindo sobre os costumes, a regra moral, a consciência do bem e do mal . Mesmo se recusando a comparar, sob uma perspectiva quantitativa, o grau de desumanidade do nazismo e do comunismo, Alain Besançon, num dado momento de sua argumentação, chega a afirmar sem rebuços: Apesar de a intensidade no crime ser levada pelo nazismo a um grau que o comunismo jamais se igualou, deve-se, no entanto, afirmar que este último a levou a uma destruição mais extensa e mais profunda . E mostra que essa destruição moral não se limitou aos campos de concentração de Stalin, persistindo ainda hoje, mesmo depois da queda do Muro de Berlim. Besançon oferece como exemplo a declaração de um editorialista do L Humanité, que, diante das dezenas de milhões de vitimas do comunismo, sustentou, na televisão, que, depois de Auschwitz, não se pode ser mais nazista, mas se pode continuar sendo comunista mesmo depois dos campos soviéticos.

Esse homem que falava com consciência não se dava conta de forma alguma de que ele acabava de formular sua fatal condenação , indigna-se Alain Besançon, acentuando que a idéia comunista perverteu o o princípio de realidade e o princípio moral , ao se julgar capaz de sobreviver a 80 milhões de cadáveres. Daí a permanência do Mal comunista, que, ao se disfarçar de Bem, consegue ser mais duradouro do que o nazismo, estendendo suas vítimas para além do extermínio físico perpetrado em seus tempos de poder máximo. É o que afirma Besançon: O comunismo é mais perverso que o nazismo porque ele não pede ao homem que atue conscientemente como um criminoso, mas, ao contrário, se serve do espírito de justiça e de bondade que se estendeu por toda a terra para difundir em toda a terra o mal. Cada experiência comunista é recomeçada na inocência . Por isso, Besançon se recusa a tratar apenas sociologicamente os fenômenos nazista e comunista. Ele considera que isso seria um desrespeito às vítimas de ambos, já que o Mal que tanto comunismo e nazismo representaram para elas é algo que escapa ao humano para instaurar-se no demoníaco. Alain Besançon, ao contrário de Marx, respeita os limites da vida humana que fatalmente esbarra no mistério.

É por não respeitar esse mistério e dessacralizar completamente o homem, procurando racionalizar o mundo numa espécie de reengenharia social, que o comunismo (até mais do que o nazismo) arvora-se a demiurgo de uma humanidade ideal ainda que ao preço de erradicar a que existe da face da terra. Para Besançon, portanto, o comunismo não é só a destruição física representada pelo nazismo, ele é também uma destruição moral. Por duas razões: primeiro, porque o comunismo se vale de uma pedagogia mutilante , que se estende à população inteira e se torna louca porque contradiz as evidências dos sentidos e do entendimento ; segundo porque a confusão permanece insuperável entre a moral comum e a moral comunista, uma vez que é falso dizer que a moral comunista baseia-se na natureza e na história ela baseia-se numa supernatureza que não existe e numa História sem verdade .

O que diz Alain Besançon é praticamente a mesma coisa que diz Olavo de Carvalho. Por que, então, a esquerda brasileira, que exorciza Olavo de Carvalho como se ele fora um demônio, agora resolveu traduzir do francês aquilo que o filósofo brasileiro já lhe atira ao rosto em bom português? Confesso que custei a atinar com o motivo pelo qual o comunista Emir Sader se dispôs a traduzir a obra de um papa do anticomunismo (caso se entenda por anticomunismo toda defesa da moral comum, da humanidade inteira e da vida como ela é). Só depois é que me dei conta de que a tradução do livro A Infelicidade do Século bem pode ser mais uma estratégia gramsciana Alain Besançon, além de membro do Institut de France, é destacado professor da École des Hautes Études en Sciences Sociales da Universidade de Paris. E seu prestígio pode ser medido pelo fato de ter-se tornado, atualmente, o diretor dessa escola, arrancando das mãos da esquerda o seu mais importante Komitern intelectual no mundo, que já foi dirigido até mesmo pelo sociólogo Pierre Bourdieu, um terrorista social de esquerda no dizer de Jeaninne Verdes-Leroux.

Logo, se a esquerda brasileira não pode ignorar Alain Besançon, como faz com Olavo de Carvalho, por que não se antecipar à direita brasileira antes que ela o descubra e faça dele um arauto de suas idéias, reforçando a voz quase isolada do filósofo do Imbecil Coletivo? Armando-se, então, de uma pedagogia mutilante , Emir Sader não se limitou a provar que Olavo de Carvalho tem razão: ao traduzir o livro de Alain Besançon e maquiá-lo numa apresentação espúria, ele se oferece como exemplo vivo do que Besançon mais condena a capacidade do comunismo de contradizer as evidências dos sentidos e do entendimento , escondendo-se por trás da moral comum, tornando-se parasita dela, gangrenando-a, fazendo dela o instrumento de seu contágio Não foi isto o que fez Emir Sader com o livro de Alain Besançon, escondendo-se por trás de sua moral comum, gangrenando-a, tornando-se parasita dela, para melhor instilar a sua moral comunista? A moral de Besançon iguala nazismo e comunismo para melhor exaltar o ser humano. Fingindo fazer-lhe eco, a moral de Sader quer apenas salvar o comunismo ainda que a custa de perder a humanidade.


A orelha contra o livro
Confira, na íntegra, o que diz o sociólogo de esquerda Emir Sader sobre o livro do anticomunista francês Alain Besançon

Ao dizer que a humanidade nunca mais seria a mesma depois de Auschwitz, o filósofo alemão Theodor Adorno se referia a algo similar ao que afirma Alain Besançon neste livro a respeito da Shoah: um acontecimento único neste século e tem todos os tempos . Mesmo num século marcado por uma prolongada guerra de 1914 a 1945, dividida em dois tempos, no maior massacre localizado nos países que se consideravam o centro da civilização mundial , o projeto de extermínio cientificamente planejado de eliminação de um povo, com a montagem de campos de concentração que chegaram a ser autogeridos pelas próprias vítimas e aproveitamento industrial de todos os resíduos dos cadáveres de milhões de pessoas, tornou-se o símbolo mesmo do que a busca do poder imperial de mais poder pode fazer com os mais avançados progressos da humanidade.

Assim, chegamos ao final do século XX com todos os balanços conservadores ou progressistas, capitalistas ou anticapitalistas , assumindo um ar melancólico. A Infelicidade do Século não é uma exceção. Sua preocupação original é a de que o comunismo, protagonizando os enfrentamentos centrais da segunda metade do século, teve muitas obras imputando-lhe uma série de crimes da mesma forma que o próprio capitalismo, poderíamos acrescentar , enquanto que os crimes do nazismo, de alguma forma, foram exorcizados ou ficaram relativamente neutralizados na memória histórica, até mesmo porque o sofrimento do povo palestino vítima de Israel diminui os seus efeitos.

O livro de Besançon representa um chamado de atenção sobre aquilo que a humanidade nunca mais deveria esquecer. Seu enfoque conservador não tira força de seu libelo, que cruza todas as ideologias, para se tornar um libelo da civilização contra a barbárie. (Emir Sader)

Fonte: Olavo de Carvalho

terça-feira, 18 de maio de 2010

A Ilusão de Willow Creek com a "Justiça Social"

Tida por parâmetro para muitos evangélicos brasileiros, a igreja Willow Creek rende-se cada vez mais ao socialismo, às teses eco-fascistas e à um vergonhoso servilismo ao governo pró-aborto e politicamente correto de Barack Obama.

Venho pensando... bem, venho lendo e pensando. Venho lendo a obra mais recente de Erwin Lutzer, "When A Nation Forgets God: Seven Lessons We Must Learn From Nazi Germany" (Quando uma Nação se Esquece de Deus: Sete Lições que Temos de Aprender com a Alemanha Nazista). Publicado pela Editora Moody, o pastor da Igreja de Moody analisa como a igreja na Alemanha caiu sob a influência de Adolf Hitler. Eis a má notícia: "De longe a maioria das igrejas luteranas ficou do lado de Hitler e suas reformas espetaculares". A boa notícia: "Mas uma minoria, sob a liderança de Bonhoeffer e Niemoller, escolheu se afastar da igreja estabelecida para formar a 'Igreja Confessante'".

Acho preocupante que o governo de Obama esteja tentando usar as igrejas, inclusive as igrejas evangélicas, para seus próprios propósitos políticos.

A edição de 3 de maio de 2010 da revista The Weekly Standard traz um artigo escrito por Meghan Clyne intitulado "The Green Shepherd", descrevendo como a Secretaria de Parcerias de Religião e Vizinhança da Casa Branca está buscando inscrever igrejas cristãs ingênuas em seus esforços para controlar o clima - sob a fachada de lutar contra a pobreza e a injustiça.

Um dos "Pastores Verdes" escolhido pelo governo de Obama para enganar os evangélicos é nada menos do que o Rev. Jim Wallis!

O subtítulo do artigo de Clyne resume a meta política fundamental do governo: "A Casa Branca quer que as igrejas avancem a agenda estatal de mudança climática". Ela aponta para o fato de que embora Wallis tenha escrito em dezembro de 2006 que os "republicanos desavergonhadamente tenham politizado a iniciativa de parceria com as religiões", o próprio Wallis é agora "membro do conselho de parcerias religiosas de Obama e tem também se encontrado com parlamentares do Partido Democrático para ajudá-los a elaborar suas políticas em termos moralmente mais atraentes". Esses democratas treinados por Wallis por sua vez farão "grandes avanços no meio de eleitores cristãos". Parece semelhante a Hitler fazendo avanço no meio dos luteranos da época dele?

Eis um Jim Wallis, da entidade esquerdista radical Estudantes em prol de uma Sociedade Democrática e defensor de Fidel Castro e de um partido que apóia a propagação de revoluções comunistas em toda a América Central, andando entre os evangélicos e enganando-os. Wallis tem sido radical desde que se formou da Universidade Estadual de Michigan. (Se estiver interessado em mais comentários sobre Wallis e a revista dele Sojourners, veja o artigo "Barack Obama's 'Red' Spiritual Advisor" no site do Summit Ministries.)

A capacidade de Wallis de enganar chega a alturas elevadas nos círculos evangélicos. Por exemplo, um artigo postado no blog Sojourners intitulado "Além da Clareza: Vivendo uma Vida de Compaixão e Justiça", escrito pela esposa do Pr. Bill Hybels, da Igreja Willow Creek, diz o seguinte: "A batalha contra a injustiça é uma guerra dura e feia. Embora eu esteja orgulhosa de que a Willow Creek tenha entrado nessa guerra, a verdade é que só começamos a lutar... Aguardo o dia em que como igreja seremos conhecidos por sermos a igreja mais verde do planeta, não só porque gozamos a beleza da criação de Deus, mas também porque sabemos que a mudança climática é uma questão de justiça". Em sua lista de livros para leitura, ela sugeriu Jim Wallis e sua revista Sojourners.

Essa ideia de que uma mudança climática é uma questão de justiça/injustiça está 100 por cento em harmonia com o Conselho Consultivo de Parcerias para Religiões e Fé, que "prevê a 'parceria' entre governo e instituições religiosas como meio de propagar os avisos ambientais do governo, em vez de só um modo de ajudar as igrejas a alimentar os famintos e vestir os pobres". Não é de admirar que Clyne tenha finalizado seu artigo comentando: "Talvez seja simplesmente lógico que os ativistas do aquecimento global recorram a argumentos religiosos em busca de ajuda já que os argumentos científicos a favor de sua posição estão se desmoronando".

Mas permita-me ser curto e grosso e sugerir que a sra. Hybels ficaria mais bem informada se lesse os livros "Life at the Bottom" de Theodore Dalrymple, "Equality, the Third World, and Economic Delusion" de Peter Bauer e "Intellectuals and Society" de Thomas Sowell.

Aliás, se ela lesse a obra de Sowell, ela descobriria pelo menos um segredo para tirar os pobres da pobreza, que podemos presumir é o desejo dela para alcançar a "justiça social", já que ela nunca expressa com nitidez o que ela quer dizer com esse termo. Sowell escreve: "Sob as novas políticas econômicas que começaram na década de 1990, dezenas de milhões de pessoas na Índia saíram do nível de pobreza nesse país. Na China, sob políticas semelhantes iniciadas antes, um milhão de pessoas por mês está saindo da pobreza".

Infelizmente a esquerda radical não recebe com alegria tais notícias, pois essas políticas econômicas são capitalistas e daí politicamente incorretas. Sowell cita o escritor francês Raymond Aron que admite que os intelectuais querem ver prosperidade somente "por meio de intervenção estatal" e do "código revolucionário" e daí sentem rancor contra tais vitórias capitalistas. O lema deles parece ser melhor sermos pobres sob o socialismo do que prósperos sob o capitalismo!

Aliás, um colega conferencista me contou sobre sua recente viagem a Cuba, onde a "justiça social" reina de forma suprema. Todo o mundo em Cuba trabalha para o governo e recebe 15 dólares por mês (os médicos recebem 18) que mal dá para comprar arroz e feijão e um pouco de óleo de cozinha. Os 500 pastores que ele treinou durante uma semana disseram que Cuba hoje é uma ilha prisão e ninguém pode escapar. As pessoas estão passando fome, muito embora seus mares estejam cheios de peixes, mas barcos pesqueiros são proibidos porque seriam usados para escapar do paraíso. Os cubanos querem fugir para os EUA, que o governo cubano acusa de "malignos".

Essa é a Cuba que o Rev. Jim Wallis e sua turma de Sojourners usam como exemplo de "justiça social". Pergunta: É desse jeito que Hybels entende "justiça social"? Por que ela não faz uma viagem missionária de curto prazo para resgatar algumas daquelas 500 esposas daqueles 500 pregadores que estavam implorando socorro para escapar de sua prisão de pobreza e desesperança?

De acordo com Olavo de Carvalho, aproximadamente uma dúzia de países latino-americanos estão atualmente sendo governados por partidos comunistas ou pró-comunismo. Será que os evangélicos estão tão ignorantes ou desinformados do que as políticas da tão chamada "justiça social" envolvem que eles estão dispostos a sacrificar os pobres por uma ideia que não funcionou em quase 5.000 anos de história registrada?

Olha, eu ainda estou pensando! O que penso é que a sra. Hybels e seu marido precisam ler o livro "Quando uma nação se esquece de Deus" de Erwin Lutzer e então comparecer a uma sessão de duas semanas de Summit neste verão!

David A. Noebel é presidente do Summit Ministries.

Traduzido e adaptado por Julio Severo.
Fonte: WND

FONTE BRASILEIRA: MÍDIA SEM MÁSCARA

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Para além de Hobbes


OLAVO DE CARVALHO

Nem os tiranos da antigüidade, nem os monarcas absolutos da Idade Clássica, nem Thomas Hobbes, nem Maximilien Robespierre, nem talvez o próprio Karl Marx imaginaram jamais estender o poder do Estado aos meandros mais íntimos da alma infantil, para fazer dela a escrava dos planos de governantes insanos.

Ante a condenação judicial do homeschooling, devo lembrar ao demeritíssimo que mesmo no Leviatã, a tirania absoluta inventada por Thomas Hobbes, os súditos conservavam "o direito de comprar, vender ou relacionar-se de outra forma; de escolher seu próprio domicílio, sua própria dieta, sua profissão, e de educar seus filhos conforme bem lhes pareça".

O signatário daquela obscenidade não se conforma com tão liberais concessões à autonomia dos súditos: para ele, o Estado tem o direito de impor a todas as crianças a forma e o conteúdo da educação, passando por cima da autoridade dos pais mesmo quando estes tenham comprovado, como Cleber e Bernadeth Nunes comprovaram, sua capacidade de educá-las melhor do que o Estado jamais poderia fazê-lo.

Alegando "abandono intelectual", o Estado exigiu, para prová-lo, que os filhos do casal, David e Jonatas, se submetessem a provas escolares -- até aí, tudo bem --, mas manejou as provas de modo a torná-las bem mas difíceis do que aquelas a que são submetidos, nas escolas oficiais, os alunos da mesma idade dos dois meninos. Não eram provas, eram uma armadilha. Só com essa manobra, a autoridade já provou sua condição de litigante de má-fé e deveria ter recebido a punição judicial correspondente. Em vez disso, David e Jonatas submeteram-se humildemente ao jogo sujo. Não só passaram, mas revelaram possuir, com 13 e 14 anos, os conhecimentos requeridos para ser aprovados em qualquer vestibular de Faculdade de Direito do país. Provado, portanto, que não havia abandono intelectual nenhum, qual o passo seguinte da autoridade? Desprovida de seu argumento inicial, apelou ao Plano B e condenou o casal Nunes de qualquer modo. Qual foi esse plano? Alegar que, sem escola, os meninos, mesmo intelectualmente preparados, são deficientes em "socialização". Mas, se o problema deles era socialização, para que testar-lhes a capacidade intelectual em primeiro lugar? E qual a prova de que lhes falta socialização? O juiz não forneceu nenhuma: sua palavra basta. O que ele forneceu, sim, foi a prova de que Cleber e Elizabeth Nunes já estavam condenados de antemão, per fas et per nefas, para a glória do Estado onipotente e exemplo de quantos pais sonhem em retirar seus filhos do bordel pedagógico oficial para dar-lhes uma educação que preste.

O processo montado contra o casal Nunes foi fraudulento na inspiração, no encaminhamento e nas conclusões. Nem a justiça, nem a racionalidade, nem o interesse sincero na educação dos dois meninos passaram jamais pelas cabeças dos autores dessa farsa abjeta. Tudo o que elas quiseram foi impor a onipotência pedagógica do governo como um fato consumado, uma cláusula pétrea, um dogma indiscutível.

E por que o fizeram? Porque o governo necessita desesperadamente apossar-se das mentes das crianças, para usá-las como instrumentos na criação da sociedade futura, moldada nos cânones ditados pela ONU, pela Fundação Rockefeller, pela Fundação Ford, pela Fundação MacArthur e outras tantas organizações bilionárias firmemente decididas a implantar no mundo uma nova ordem socialista -- um socialismo diferente, onde o controle estatal da economia, falhada a experiência soviética da intervenção direta, se fará pela via indireta e sutil do controle da conduta, da modelagem das consciências, da engenharia social onipresente e onipotente.

Nem os tiranos da antigüidade, nem os monarcas absolutos da Idade Clássica, nem Thomas Hobbes, nem Maximilien Robespierre, nem talvez o próprio Karl Marx imaginaram jamais estender o poder do Estado aos meandros mais íntimos da alma infantil, para fazer dela a escrava dos planos de governantes insanos.

Mas, para o nosso governo, isso é indispensável. Que será da revolução continental se as nossas crianças não forem amestradas, desde a mais tenra idade, nas belezas sublimes das invasões de terras, no ódio aos velhos sentimentos religiosos, no culto dos estereótipos politicamente corretos e na prática devota da sodomia?

FONTE: Mídia Sem Máscara

sábado, 8 de maio de 2010

A Tragédia Grega














NIVALDO CORDEIRO

Citando a crise na Grécia, que logo se estenderá a outros países da União Européia, Nivaldo Cordeiro denuncia as distorções de Clóvis Rossi sobre a questão, e comenta aspectos nefastos da social-democracia.

As mortes registradas nos distúrbios de ontem, na Grécia, é só o prelúdio do que nos espera nos próximos meses, talvez nos próximos anos. E não apenas naquele infeliz país, mas em todo Ocidente, onde a social-democracia prevaleceu. Estamos vendo seu projeto político desmoronar. Quem, minimamente letrado em ciência econômica, observou os acontecimentos sabia que a construção de uma sociedade de rentistas sem capital, munidos apenas de "direitos"e de "conquistas", protegidos pela lei estatal injusta, iria se deparar com esse beco sem saída. A social-democracia é a variante comunista que propõe manter formalmente o regime de propriedade privada, reconhecendo o fracasso do planejamento socialista, mas retirando os recursos de quem trabalha manipulando a via dos impostos e da inflação, emitindo moeda e alargando o endividamento público. Vemos que os limites da carga tributária foram batidos; agora estamos diante do esgotamento da via inflacionária. Na Grécia, como de resto em toda a Europa ocidental, assim como nos EUA, vemos que o setor financeiro está em vias de quebrar ou colocou limites claros aos tomadores de empréstimos. O limite é técnico, além do qual os próprios banqueiros poderão ir à bancarrota.

Na Grécia todas as vias foram esgotadas. Impostos elevados convivem com dívidas impagáveis e a impossibilidade de desvalorizar a moeda comum, o euro. Só restou a via do corte de gastos públicos, com demissões de funcionários e a abolição de "conquistas" para aqueles que permanecerem no serviço público. Pouco a pouco a imprensa internacional vai informando o quanto o Estado grego tem sido generoso com seus empregados e aposentados. A casa ruiu.

Ao ler a coluna de Clóvis Rossi, na Folha de São Paulo de ontem (5), O arrastão financeiro, não pude conter o meu espanto. Ele escreveu sobre a crise grega: "A ganância desenfreada tornou-se o combustível que move uma parte importante do setor financeiro. O que surpreende é o silêncio de governantes, acadêmicos e até dos bancos não corsários, igualmente vítimas".

O jornalista da Folha ignorou a causa única da crise grega, a irresponsabilidade fiscal, atribuindo a culpa aos banqueiros internacionais. Caro leitor, não caia nessa falsa explicação. O governo grego, assim como o de toda a zona do euro, dos EUA e mesmo do Brasil sofrem de um único mal: o populismo econômico. Ele quer distribuir benesses sem contrapartida, pagando rendimentos crescentes a legiões de desocupados, na forma de salários aos funcionários públicos, aos aposentados, aos recebedores de bolsas e aos rentistas de forma geral. Quando a massa parasita dependente do Tesouro é pequena não há desequilíbrio, mas quando se torna um fenômeno de multidão, legiões cada vez mais numerosas vivendo à custa de uma população que trabalha, cada vez mais escassa, o jogo termina por ilogicismo. O parasita não pode ser maior do que o hospedeiro.

O jogo da social-democracia acabou, e não apenas na Grécia. É chegada a hora dos ajustes dolorosos.

Bem sabemos que há gerações de pessoas vivendo à custa dos que trabalham, recebendo ilegitimamente seu quinhão de impostos. A interrupção do ócio dourado será dolorida. Nada dura para sempre, nem mesmo a injustiça. Resta saber como a equação política será montada para a aplicação dos ajustes necessários. Haverá choro e ranger de dentes. Tempos de grandes perigos.

Fonte: Mídia Sem Máscara