terça-feira, 28 de julho de 2009

Pobres Criaturas Enganadas pela Própria Deformidade




O mundo parece caminhar para uma espécie de latrina, onde o fedor, a viscosidade asquerosa, e a companhia de vermes, retira de nós toda a possibilidade de vivenciar e apreciar o belo.

Deus criou um mundo maravilhoso, onde cada um de nós é parte da sua criação, e ainda assim, nos recusamos a reconhecer no Criador toda a sua majestade e grandiosidade. A diversidade da vida somente é possível a uma mente infinitamente sábia e criativa. Jamais pode ocorrer pelo descuido, jamais ocorrerá pelo acaso. O padrão que a natureza nos revela é de que, sem a mão poderosa de Deus, ela é incapaz de planejar padrões mais excepcionais do que os existentes, nem mesmo iguais aos existentes. E se assim é, como foi possível a ela, a partir do nada criar um universo fantasticamente diverso e encantador? Mesmo naquilo que nos dá medo, mesmo no desconhecido, Deus evidenciou a complexidade e perfeição da sua mente.

Mas o que isso tem a ver com o caminhar humano em direção à latrina? O homem como, digamos, o projeto superior da natureza (ao ver dos naturalistas), não deveria conter resquícios e mesmo o padrão de sua criadora? Mas, onde ele está? Em quê o homem é capaz de criar que supere a própria criação, por mais insignificante e banal que seja?

O homem é apenas um reformador de sistemas pré-existentes, jamais um criador. Assim também é a natureza, como criação ela é incapaz de parir, mas tão somente transformar algo pré-existente.

O pior é que os padrões morais, estéticos, intelectuais, sociais, etc, têm se degradado ao nível da fossa, do esgoto. Assim como a linguagem degradou-se sensivelmente nos últimos séculos (especialmente nos séculos em que o homem tornou-se “livre” para agir sem freios morais, como o XIX e XX), as relações humanas sociais têm se corrompido ao ponto “máximo” da baixeza. E a cegueira é tanta, que sequer percebem o fundo do abismo aproximando-se. Ao abandonarem-se a si mesmos em uma suposta autonomia, em que novos padrões renasceram da união de velhos zumbis (a arrogância, a desfarçatez, a imoralidade, a auto-destruição, o desprezo, a mendicância, o assassinato premeditado e brutal, o suicídio institucional...), estão aí, por todos os lugares, infernizando a vida dos que, em primeira instância, nada têm a ver com as mazelas dessa classe, porém, omitem-se diante das atrocidades por ela praticada.

Com isso, os possíveis bons ou pelo menos não tão maus cidadãos são arrastados à latrina, como as fezes que reduzirão o mundo a um imenso depositário de nulidade, imbecilidade, e perversão somente capazes pela depravada mente humana.

Como alguém disse, se o homem ainda está em evolução, então a sua mente não é algo confiável, pelo contrário, provavelmente quase tudo produzida por ela não se salvará, nem produzirá algo benéfico para si mesma e, provavelmente, se auto-destruirá. Segundo o esquema de Darwin, o maior embuste que a terra produziu (ao menos, o celerado não produziu suas idiotices isoladamente, há uma infinidade de outros celerados que o acompanham em seus crimes), apenas os melhores elementos ou tipos sobreviverão. Num mundo que jaz na fossa, qual matéria fecal escapará?

A autonomia humana somente serviu para tornar o homem naquilo que ele é: uma borra presa ao chão. Comparado a tudo o que de maravilhoso foi feito, inclusive o próprio homem (não o liberto de Deus, mas aquele sujeito à divindade), o que vemos é algo repugnante, indigente, desprezível. Porque, sem a glória de Deus, somos apenas pecadores destituídos de glória (Rm 3.23).

Pobres criaturas enganadas pela própria deformidade.

Fernando Isidoro

Nenhum comentário: